Foto capturada da Internet |
Pela janela;
olha,
mas não vê:
contempla...
Isso!
Na verdade contempla o que passa, deixando o cheiro do cigarro que se propaga
pela brisa trazendo a fumaça...
parece de propósito,
pois recebe como se seu, o cigarro fosse.
Respira fundo,
fecha o olhos,
mas logo se lembra: pode perdê-lo de vista
tão logo aos outros se misture,
se bem ser impossível não ser distinguido no meio do todo...
de tão diferente.
Não presta atenção no passo,
só no compasso,
cabelo ao vento...
a pele deve ter cheiro bom.
E a textura só saberá de fato quando mão de todo ele encher.
O sol da tarde derrama sobre muitos seu brilho,
mas parece somente ser ele o mais abençoado,
parece atrair pra si o calor e cor do laranja da tarde.
Da janela , nua e ligeiramente encostada de corpo quase inteiro,
sente o eriçar dos pelos sobre a pele.
O cheiro do cigarro ainda parece vir e vir...
ele;
já longe,
seguem em direção ao mar(ele e o cigarro).
Sem pensar, sacode a cabeça, ajeita os cabelos,
de ímpeto pega a chave que sobre a mesa descansava há dias,
pois sem vontade e vontades não saíra nem para por o lixo pra fora...
já era quarta feira... e somente agora
da janela ao vê-lo
reacende a vontade de a vida
de perto voltar a
ver.
calça e sai.
Na verdade quase corre,
segue reto
na esperança de
nem que seja pelo rastro do cigarro
o encontre
e por algum tempo
de vista não o perca
e quem sabe talvez
a textura daquele cabelo possa entre os dedos sentir
e da lembrança
não apagar nunca mais....
Mas, caso não o alcance hoje,
de volta a janela fará da espera
um portal a mais para o amanhã...
Belo texto! Também hoje escrevi sobre as janelas e suas paisagens e lembranças que nos trazem... em meu blog A Casa & a alma. Adorei seu texto, e parabéns pelo seu blog!
ResponderExcluirPerfeito Cathia... Teus reflexos são e serão sempre belos...
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