Espalhados Espelhando

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domingo, 15 de março de 2020

Começando com Paulinho Moska e Zeca Baleiro e despois sim Poesia


PAULINHO MOSKA
 ÚLTIMO DIA
 ZECA BALEIRO 
BABYLON

Poesia de Carlos Drummond Andrade 
MEDO

Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo…
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas

do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes…
Fiéis herdeiros do medo,

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.
==================

Carlos Drummond de Andrade

Congresso Internacional do Medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
================

Conversa
Não me sinto confortável de escrever poesia, não somente hoje, mas sim nos últimos dias. O que não queri dizer que não escreverei poesia mais, é somente uma forma de expressar como me sinto. Antes que me questionem o por quê?, já vou respondendo: Ando entristecida com os últimos acontecimentos e tenham a certeza que não é a política ou a doença do momento. É a forma em como as pessoas quase em geral estão recebendo esse tempo. Parece que nada afeta além da enfermidade da hora. Parece ser apenas mais um motivo para espalharem o pânico e o terror. Jamais direi não ser um tempo preocupante ou que não devamos tomar nossos cuidados. Lógico que sim. Mas nunca aceitarei que nos fechemos ainda mais para os sentimentos de esperança e de calma e muito menos que faremos do pavor a nossa capa de proteção. Escolho os poemas de Carlos Drummond por serem textos que alem de me traduzirem em todo tempo,  já trabalhei em Teatro, tanto como Atriz e com Elenco como Diretora Artística.
Visitei e ainda visitarei vários Blogs hoje, e li maravilhosos textos, o que muito me conforta.
Se antes era estranho mandar Bjins e Abraço por aqui, me doe pensar que por um tempo só assim será possível, e isso é muito louco para minha cabeçade Mulher  Poeta.
CatiahoAlc.
IMAGENS DE PESSOAS
 QUE EU ADORO JÁ TER ABRAÇADO VÁRIAS VEZES





10 comentários:

Gracita disse...

Olá Catiah
Parece que a lógica do virtual se formalizará no real. Beijinhos e abraços só mesmo com palavras
O momento que atravessamos pede cuidados mas espalhar o pânico e o terror certamente não há de ajudar em nada. É triste ter que passar por tudo isso sendo mais uma vítima dessa pandemia que está se transformando na neurose do pânico
Tenha um ótimo domingo
Beijinhos

chica disse...

Que lindo o post e infelizmente o medo está entre todos... Precisamos cada um fazer sua parte e é mesmo difícil pra nós não poder abraçar...Tá complicado, mas!! E teu filho ? Como foi? bjs., chica

Cidália Ferreira disse...

Pois é!

Muita gente ainda anda por aí e parece que brincam com a situação que o mundo atravessa. É muito grave. Mais grave é espalharem ainda mais o pânico! Ando preocupada, muito preocupada! Gostei muito de a ler!!
-
Sinto que o tempo vai ficando escasso
-
Beijo e um excelente Domingo!

" R y k @ r d o " disse...

Olá, boa tarde:- Publicação maravilhosa. Poeticamente perfeita
.
Um domingo feliz

Lua Singular disse...

Oi querida,
Não se entristece que a vida é um sopro
Hoje aqui, amanhã dó Deus saberá.
Viva o hoje com toda a intensidade do seu coração
Beijos
Lua Singular

Dalva Rodrigues disse...

Oi Catiaho! Belo post e um presente, o poema de Drummond, maravilhoso, é tão cru, palpável, imagine se fosse escrito hoje...
Abraço e bom final de domingo.

Betonicou disse...

Boa noite Cátia! Minha amiga, tem toda a razão. O povo apenas aparece quando algo mais grave acontece , e esse alarde até assusta. Todos os dias as mesmas perguntas sobre o fato. Eu para dizer a verdade, fico na minha; numa paz incompressível… Não adianta se desesperar; creio eu. Tudo que é preciso fazer em termos de higiene já faço bem antes de surgir esse outro motivo. Deus nos acuda! Grande beijo. Feliz semana .

Pedro Coimbra disse...

Os tempos não estão para abraços.
Só virtuais.
Bjs, boa semana

alfacinha disse...

sim, temos medo
bjs

Graça Pires disse...

Um poema de Drummond sobre o medo. Medo esse que todos sentimos nestas horas de pandemia. Vamos ter fé. Isto vai passar. Não tão cedo como gostaríamos, mas vai passar. Cuidemo-nos a nós e aos outros.
Uma boa semana.
Um beijo.


Venho aqui e Olho pro amanhã dessa forma: com ALEGRIA e com ESPERANÇA

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Já caminhei muito tempo sem me dar conta do quanto é importante o que eu sei, quero e posso. Passei muio tempo dando prioridade a todos ao meu redor. Daqui pra frente meu olhar obedece a uma nova perspectiva, pois minha palavra de ordem é ALEGRIA.Não quero e não vou viver mais um segundo sem esse ingrediente essencial.. Experimentem e depois de contem o resultado. CatiahoAlc, terça feira 05 de janeiro de 2015

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Aos que por aqui passaram e passarão minha gratidão e...:

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Esse não é o final da nossa historia, mas sim o marco de uma parada

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Ei!

O que estou escrevendo aqui NÃO É PESSOAL E NÃO SE

REFERE A NINGUÉM DA VIDA VIRTUAL E SIM DOS MEUS VIZINHOS

DE BAIRRO, OK?

Escrevo aqui para me expressar somente. Penso que estamos vivendo mais um dia e que devemos ser gratos a Deus e aproveitarmos todo aprendizado que esse dia nos trouxer. Devemos: usar máscara, mesmo os já vacinados , usar álcool gel, lavar as mãos ao chegarmos da rua, deixarmos os sapatos do lado de fora até serem limpos, evitarmos contato físico com pessoas que não vivem no mesmo recinto, evitar viajar (sem ser necessário) viajar a lazer nem pensar, não é hora de lazer, ainda que secos para tal estejamos. Eu ando com muita saudade dos meus amigosafilhados, das minhas irmãs e meu cunhado e de ver minha casa no RJ que está fechada desde janeiro de 2020, quando lá estive. Uma coisa tem me chamado muito a atenção: Parece que já terem sido contaminados e terem sobrevivido e a possibilidade da vacina, já deu a algumas muitas pessoas a ideia de estarem totalmente livres de contaminação, bem como os que já tomaram a vacina e passaram a ficar descuidados. Isso me preocupa muito. Estou reclusa em casa com meu marido e filho caçula há mais de 1 ano, vejo muito pouco meu filho mais velho, esposa e filhas que moram na cidade vizinha. Detesto não me sentir livre para ir e vir e mesmo para caminhar na orla que fica ha 3 ruas da minha casa. Vamos resistir mais um pouco, vamos preservar nossa saúde física e mental o mais que pudermos. Por hoje é o que eu penso; caso entendam que eu esteja errada: me perdoem. Bjins de bons dias a todos. CatiahoAlc.

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MINHA HOMENAGEM A SERES QUE FAZEM FALTA NO MEU/NOSSO DIA A DIA, MESMO NA VIDA VIRTUAL, NÃO É UMA HOMENAGEM SOMENTE IN MEMORIAM, MAS HÁ SERES QUE POR MOTIVOS AVERSOS DEIXARAM DE PUBLICAR; ALGUMAS VEZES POR VONTADE PRÓPRIA E OUTRAS NÃO. UMAS SABEMOS O RAZÃO E OUTRAS NÃO. REFORÇANDO: NESSE TÓPICO EU QUERO REGISTRAR A FALTA QUE FAZEM AO DIA A DIA DESSA MULHER POETA. ESSE É MEU JEITO DE REGISTRAR O QUE SINTO. CatiahoAlc 29 DE ABRIL DE 2021


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E o Tempo segue adiante...

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ACONTECEU E FOI MARAVILHOSO!

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Deixo aqui minha sugestão de palavras não muito usados e poderão abrilhantar nossos escritos.

Trambolhões masc. plu. de trambolhão tram·bo·lhão (trambolho + -ão) substantivo masculino 1. Queda ruidosa ou aparatosa. = BAQUE, TOMBO, TRALHO 2. [Figurado] Estado de degradação. = DECADÊNCIA, DECLÍNIO 3. [Figurado] Contratempo inesperado. = ADVERSIDADE aos trambolhões • Rebolando durante a queda. • [Figurado] Desordenadamente. andar aos trambolhões • [Figurado] Passar por grandes dificuldades. Palavras relacionadas: cambalhota, palhaça, espalhanço, boléu, rebolão, queda, tombo. "trambolhões", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/trambolh%C3%B5es [consultado em 06-01-2022].

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Aconteceu e foi perfeito.

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ACONTECEU E FOI MARAVILHOSO!

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Eu sempre entre meus sonhos realizados e meus delírios incessantes...

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Amigo Rubens,

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Sou e serei grata pra sempre por ter me apontado a direção as 12:22hs dessa 6a feira, quando me ligou; um pouco antes de nos deixar e seguir...Sentirei sua ausência, farei minha parte. Catiaho Alc.