Eu me assustei com aquela mulher me dando uma flor. Nunca ninguém tinha me dado uma flor. No meu aniversário alguém poderia me dar, mas nunca ninguém se interessou. Precisou uma desconhecida, alguém que nunca me viu mais gordo, pra me fazer essa graça. E eu sorri em troca do gesto dela. Ela virou-me as costas e foi embora. Abriu o portão e sumiu no rol de escadas. Aspirei o perfume das pétalas como num filme que eu tinha visto.
E como era cheirosa a flor que ela me deu. Acho que o sorriso que dei em troca foi pouco. Não pouco com relação a flor que me deu mas comparado ao gesto não passou de migalhas jogadas aos passarinhos. E como cheirava bem a danada.
Talvez todo o sorriso do mundo fosse pouco comparado ao gesto dela. Ontem eu passei pelo mesmo lugar onde um dia alguém que morava por ali, talvez nesse prédio com um pé de acerola
carregado e umas orquídeas na janela tivesse alguém que
soubesse do seu paradeiro. O apartamento com um pé de acerola carregado na frente da janela não dá sinal de ter viva alma ou já teriam me posto para correr. Eu tive até vontade de bater palmas, tocar a campainha ou chama por ela, mas por qual nome eu chamaria se dela só me lembrava dos olhos. Um par de olhos tristes, como tristes são os da mãe cujo filho se despediu.
Não, não iria bater palma ou procurar campainha pra ser
tocada e como não sei o seu nome, chamá-la também não ia.
Mas, quem sabe aquela senhora sentada com a cabeça nos joelhos não pudesse me ajudar? Não, melhor não. Eu não iria
incomodá-la em troca de nada. E o que eu ia perguntar a ela?
Se conhecia a gentil mulher que me presenteou com uma flor?
Ela iria rir da minha cara porque ninguém dá flor em troca de um muito obrigado, ainda mais uma mulher. Que pena. Está ficando tarde e eu preciso ir embora. Vou mas não vou com a mesma tristeza de quando ganhei um botão mal aberto de flor.
Sim, porque nem todas as pétalas tinham vindo me olhar no momento em que ela me deu. Estou voltando de mãos abanando, mas levo comigo um sorriso em meus lábios, o mesmo que dei em troca daquele olhar, tão fraternal. Olhar meigo e bonito de uma senhora, ou seria uma mulher que me deu uma flor como gostaria que alguém desse a ela, quem sabe um marido, caso tivesse ou um filho, se mãe dele ela fosse ou, quem sabe, um homem por quem tivesse se apaixonado sem que ele soubesse?
Nesse caso seria como nos filmes quando a mocinha corre
pra se jogar nos braços do mocinho que cheio de amor lhe
entrega os beijos, os abraços e os carinhos que saudoso
guardou pra lhe dar.
E como era cheirosa a flor que ela me deu. Acho que o sorriso que dei em troca foi pouco. Não pouco com relação a flor que me deu mas comparado ao gesto não passou de migalhas jogadas aos passarinhos. E como cheirava bem a danada.
Talvez todo o sorriso do mundo fosse pouco comparado ao gesto dela. Ontem eu passei pelo mesmo lugar onde um dia alguém que morava por ali, talvez nesse prédio com um pé de acerola
carregado e umas orquídeas na janela tivesse alguém que
soubesse do seu paradeiro. O apartamento com um pé de acerola carregado na frente da janela não dá sinal de ter viva alma ou já teriam me posto para correr. Eu tive até vontade de bater palmas, tocar a campainha ou chama por ela, mas por qual nome eu chamaria se dela só me lembrava dos olhos. Um par de olhos tristes, como tristes são os da mãe cujo filho se despediu.
Não, não iria bater palma ou procurar campainha pra ser
tocada e como não sei o seu nome, chamá-la também não ia.
Mas, quem sabe aquela senhora sentada com a cabeça nos joelhos não pudesse me ajudar? Não, melhor não. Eu não iria
incomodá-la em troca de nada. E o que eu ia perguntar a ela?
Se conhecia a gentil mulher que me presenteou com uma flor?
Ela iria rir da minha cara porque ninguém dá flor em troca de um muito obrigado, ainda mais uma mulher. Que pena. Está ficando tarde e eu preciso ir embora. Vou mas não vou com a mesma tristeza de quando ganhei um botão mal aberto de flor.
Sim, porque nem todas as pétalas tinham vindo me olhar no momento em que ela me deu. Estou voltando de mãos abanando, mas levo comigo um sorriso em meus lábios, o mesmo que dei em troca daquele olhar, tão fraternal. Olhar meigo e bonito de uma senhora, ou seria uma mulher que me deu uma flor como gostaria que alguém desse a ela, quem sabe um marido, caso tivesse ou um filho, se mãe dele ela fosse ou, quem sabe, um homem por quem tivesse se apaixonado sem que ele soubesse?
Nesse caso seria como nos filmes quando a mocinha corre
pra se jogar nos braços do mocinho que cheio de amor lhe
entrega os beijos, os abraços e os carinhos que saudoso
guardou pra lhe dar.
CANÇÃO
LULU SANTOS
PRA SEMPRE
FLORES DE UM LUGAR
LIÇÃO DE VIDA
Receber uma flor de alguém é mesmo para se ficar sensibilizado, Silvio Afonso. Gosto do que escreve.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Uma bela história, gostei
ResponderExcluirAs flores são lindas.
Um abraço e boa semana.
Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros
Grande Sílvio Afonso! Aplausos!
ResponderExcluir-
Em sonho de amor primeiro
-
Visitem o meu novo blogue de "desafios", sigam e linkem. Obrigada
A cor do amor... [Desafio do blogue - Com Amor]
Beijos e uma excelente semana!
Que delicia de escrita, é tão sem compromisso que dá vontade de virar a pagina para ver se tem um outro capitulo.
ResponderExcluirAbraços^.~
Gosto do conto e adoro os olhares!
ResponderExcluirObrigado pela visita!!!
Olá Afonso!Uma historia bela com uma narrativa impar construída pelo poeta. Um grandioso texto poético, ao meu ver. Grande abraço.
ResponderExcluirQuem dá uma flor com carinho
ResponderExcluirMostra toda a sua emoção
É um gesto tão pequenino
Mas tão grande para o coração
.
.
Cumprimentos poéticos
Minha querida pode - se dar a volta ao mundo.
ResponderExcluirMas, é raro encontrar pessoas que queiram partilhar consigo.
As pequenas coisas da vida.
Em partilho e quando me levanto sorrio.
Quero sempre sorrir.
E mando - lhe daqui uma cândida 🌼
Um beijinho esvoaçante.
Megy Maia
Gostei bastante do texto de SA.
ResponderExcluirCorri este blog de ''fio a pavio'' e não encontrei o teu perfil
para aceder aos teus outros blogues.
E é pena...
Beijinhos
~~~~~
Crônica mais linda!
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