Parceria&Poesia

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

"CORO DE PASSARINHO."



 Eu queria falar do natal, do vírus e do ano novo, mas não posso.  Aliás, até  poderia se aquele passarinho, uma canarinha, que um dia surgiu do outro lado do vidro da janela não tivesse ido embora depois de tantos anos cantando pra mim aqui dentro. Foi amor a primeira vista.  Ela cantando e eu todo bobo, tipo o menino que ganha uma bola.   Eu sempre soube que gostava de passarinho, mas não para tê-lo preso em uma gaiola pendurada na minha parede e como vivia solto e poucas vezes se afastava de mim eu pensei que o teria para sempre ao meu lado, mas eu estava enganado.   Esses pequenos seres maravilhosos têm a divina missão de  levar pessoas como eu aos lugares que só existem na imaginação e foi lá que eu vivi com ele todo esse tempo.  A minha sorte foi escolher um lugar para morar aonde os bichos não correm quando se abre uma porta.   Aquelas pequenas criaturas que cantam para alegrar o dia a dia da gente não cantam, engaiolados, tão bem como cantam em liberdade e só em pensar que existe quem os prende em gaiolas me causa tristeza e vergonha.   O canto dessa criatura em nada se assemelha aos que se ouve na praça da minha cidade tal era o refinado do canto.  Era um som puro e doce, talvez para ouvidos de rei.  A confiança entre nós era tanta que as portas e as janelas dormiam abertas, mas chegou o momento que ela se cansou de tudo isso e partiu.  Eu não me lembro se na hora eu chorei, mas me lembro de fechar a janela à outros iguais aquele.  Voltar, talvez até possa pensar, mas como escapar das arapucas armadas para esse tipo de criatura? Enquanto persistir a dúvida a minha janela continua fechada, não para prendê-la do lado de fora, mas para eu me prender aqui dentro, dentro das minhas lembranças.  Se um dia mudar de ideia talvez eu volte à praça, mas a minha janela, ah, essa não abro mais.  silvioafonso
        

EMICIDA - PASSARINHOS



                                                                  








           A Lua
Nua  a Lua sorri em convite
Ao desatino completo
Que la em baixo na terra
Diz:
Vem?
Vem a entrega que apenas a Lua terá por testemunha.
Vem e nesse entrega 
Tudo é possível e nesse encaixar de corpos que se aceitam
E celebram a vida nesse carrossel do viver
Cada suspiro colhido ao pé do ouvido
Nesse arrepiar de pelos
E pele que transpira
Enquanto o sexo pulsa
Em um só
 mo
 vi 
men
 to
Vendaval,
Furacão
Mãos que percorrem
Bocas que se sugam
Olhos que nada vêem
Corpos que se entregam
fre
 ti 
co
vai e vem...
A Lua 
sa
tis
fei
ta...
CatiahoAlc./Reflexd'Alma entre delírios e delírios
 00001102012

5 comentários:

  1. Podemos falar de tudo desde que o nosso coração assim o diga e exija.
    Gostei muyito desta publicação
    .
    Saudações amigas

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  2. Reflexionemos con tus palabras, y esperamos que todo siga siendo bonito y el virus no nos afecte. Un abrazo

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  3. Belíssima publicação!! :)
    --
    O que os meus olhos sentem...
    *
    Beijos, e bom fim de semana.

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  4. Gostei muito dessa página.
    Lindo demais.

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  5. Belo texto do Silvio, os voos e cantos de liberdade são infinitamente mais belos por si só.
    Amei o vídeo!
    Seu poema A Lua, também lindo!
    Abraço!

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CatiahoAlc./Reflexod'Alma
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