Eu queria falar do natal, do vírus e do ano novo,
mas não posso. Aliás, até poderia se aquele passarinho, uma canarinha, que um dia surgiu do outro lado do vidro da
janela não tivesse ido embora depois de tantos anos cantando pra mim aqui
dentro. Foi amor a primeira vista. Ela
cantando e eu todo bobo, tipo o menino que ganha uma bola. Eu sempre soube que gostava de passarinho,
mas não para tê-lo preso em uma gaiola pendurada na minha parede e como vivia
solto e poucas vezes se afastava de mim eu pensei que o teria para sempre ao
meu lado, mas eu estava enganado. Esses
pequenos seres maravilhosos têm a divina missão de levar pessoas como eu aos lugares que só
existem na imaginação e foi lá que eu vivi com ele todo esse tempo. A minha sorte foi escolher um lugar para
morar aonde os bichos não correm quando se abre uma porta. Aquelas pequenas criaturas que cantam para
alegrar o dia a dia da gente não cantam, engaiolados, tão bem como cantam em
liberdade e só em pensar que existe quem os prende em gaiolas me causa tristeza
e vergonha. O canto dessa criatura em
nada se assemelha aos que se ouve na praça da minha cidade tal era o refinado
do canto. Era um som puro e doce, talvez
para ouvidos de rei. A confiança entre
nós era tanta que as portas e as janelas dormiam abertas, mas chegou o momento
que ela se cansou de tudo isso e partiu.
Eu não me lembro se na hora eu chorei, mas me lembro de fechar a janela
à outros iguais aquele. Voltar, talvez
até possa pensar, mas como escapar das arapucas armadas para esse tipo de
criatura? Enquanto persistir a dúvida a minha janela continua fechada, não para
prendê-la do lado de fora, mas para eu me prender aqui dentro, dentro das
minhas lembranças. Se um dia mudar de
ideia talvez eu volte à praça, mas a minha janela, ah, essa não abro mais. silvioafonso
EMICIDA - PASSARINHOS
A Lua
Nua a Lua sorri em convite
Ao desatino completo
Que la em baixo na terra
Diz:
Vem?
Vem a entrega que apenas a Lua terá por testemunha.
Vem e nesse entrega
Tudo é possível e nesse encaixar de corpos que se aceitam
E celebram a vida nesse carrossel do viver
Cada suspiro colhido ao pé do ouvido
Nesse arrepiar de pelos
E pele que transpira
Enquanto o sexo pulsa
Em um só
mo
vi
men
to
Vendaval,
Furacão
Mãos que percorrem
Bocas que se sugam
Olhos que nada vêem
Corpos que se entregam
fre
né
ti
co
vai e vem...
A Lua
sa
tis
fei
ta...
CatiahoAlc./Reflexd'Alma entre delírios e delírios
00001102012
Podemos falar de tudo desde que o nosso coração assim o diga e exija.
ResponderExcluirGostei muyito desta publicação
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Saudações amigas
Reflexionemos con tus palabras, y esperamos que todo siga siendo bonito y el virus no nos afecte. Un abrazo
ResponderExcluirBelíssima publicação!! :)
ResponderExcluir--
O que os meus olhos sentem...
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Beijos, e bom fim de semana.
Gostei muito dessa página.
ResponderExcluirLindo demais.
Belo texto do Silvio, os voos e cantos de liberdade são infinitamente mais belos por si só.
ResponderExcluirAmei o vídeo!
Seu poema A Lua, também lindo!
Abraço!