Con Versa
Atualizada
Desde que me entendo por gente, eu leio e escrevo.
Fui alfabetizada e aprendi a ler em casa por
e com minha mãe.
Depois no tempo normal fui para a escola
como toda criança. Mas já fui adiantada.
Não tenho imagens desse tempo.
Mas quando penso nele me vem a imagem
da minha mãe D. Maria Dolores
sempre lendo.
Ela lia jornais aos domingos antes e
depois do almoço, alias líamos todos
na sala,
cada um pegava sua parte preferida,
eu ficava com o obituário (ainda adoro essa parte)
e uma parte dos classificados,
a outra parte papai garimpava.
Mamãe lia também revistas com as fotonovelas
e livros de romance e faroeste, aqueles livrinhos bem pequenos. E não, ela nunca me deixava pegar nada que ela lia, contudo escondidinho eu via, lia e viajava nas histórias.
Minhas melhores lembranças são as dos domingos, eu ajudava a por a mesa e mesmo no tempo da maior pobreza, quando moramos os seis filhos
e o pai e a mãe em um barraco de madeira,
dividido pelos móveis.
Não tinha pia na cozinha,
era do lado de fora e a água usada na casa
vinha de um tambor, não tínhamos nem
vaso sanitário,
era um buraco no chão e o chuveiro só
uma borracha e por ser lugar frio muitas
vezes a água era aquecida num fogão a
lenha e o banho era
em uma bacia grande, eu adorava.
Mas minha mãe mantinha tudo tão
limpo e arrumado, e cada coisa no seu lugar.
Houve um tempo na vida da gente que
nós quatro dormíamos embolados na sala,
o que era bom porque fazia e faz muito frio.
Já os dois pequenos dormiam na cama do casal.
A cidade era Teresópolis no RJ, e a casa,
meu tio Zezé emprestara ao irmão que estava desempregado, portanto no maior sufoco.
Foi nesse tempo que mamãe começou a fazer faxinas para ajudar a por comida na mesa.
Papai não gostava que ela trabalhasse,
mas ele desempregado e seis bocas para alimentar...
Mas nem nesse tempo nós almoçávamos ou
fazíamos nossas refeições fora de uma mesa, mesmo não tendo pratos, que eram as latinhas de goiabada que mamãe trazia da casa das patroas. Duas delas fazem parte da história da minha vida. D. Isa, que foi minha professora de Língua Portuguesa e depois Diretora da Escola que eu estudava e D. Elza que me deu de presente, muito lá na frente quando me casei, um colar maravilhoso de ouro maciço, lindo e que enfeitou meu pescoço.
Voltando, eu era a mais velha dos meus irmãos
e irmãs. Eu não cozinhava, mas cuidava deles na parte da manhã e a tarde todos estudávamos,
os menores ficavam sozinhos dentro de casa,
até a mamãe chegar do trabalho no máximo lá
pelas 16h.
Nunca fui infeliz por ser pobre.
Nunca tive vergonha de onde morava ou
de como vivíamos.
Não fiquei traumatizada por papai pelos
motivos dele, nos bater quase sempre,
inclusive na mamãe.
Meus pais viveram juntos por mais de 25 anos, morreram cedo, tinham 5 anos de diferença
e cada um nos deixou antes de completar 50 anos,
bem como meus dois irmãos.
Eu continuo gostando muito de ler e de escrever.
Destruí meus muitos escritos duas vezes
na minha vida: uma quando estava para me casar.
Queimei tudo.
Escrevi tudo de novo e já com 27 anos quando
uma amizade importante teve fim,
me desiludi com amizade e novamente queimei tudo.
Confesso que nem me passava pela cabeça: que nasci Poeta. Que seria Blogueira ou Escritora e muito menos Editora e Assessora Editorial.
Seria fantástico ter no papel a prova da minha evolução na escrita, mas só que não.
O fato é que não guardo arrependimento.
Mas também não escuto críticas para meu mal.
Para meu bem, eu analiso e adapto a meu favor, confesso.
Por que estou nessa Conversa Atualizada?
Primeiro porque deu vontade e segundo porque nesse domingo, no auge dos meus 6.0, dia 12 de novembro de 2023, Eu me sinto mais uma vez Plena e Satisfeita: Comigo e com a minha Trajetória de Vida.
Validada, Sou Grata a Deus, a meu Pai seu Adail e a minha Mãe D. Maria Dolores por esse momento de Plenitude.
Desejo a todos Vocês que por aqui passarem Ótima Nova Semana.
Bjins
CatiahoAlc.
Com Canção
Ivan Lins
Depende de nós
Ivan Lins
Depende de nós
Com Versos
Foto Capa de meu Livro Simplesmente Poesia |
Pequenos rostos
São tantos pequenos rostos
São tantos pequenos traços
São tantos infindos poros
São rostos alegres ou tristes
São traços de amor ou ódio
São poros que exalam os odores da vida
São rostos
São traços
São poros
Visíveis
Presumíveis.
Mas os corações são mistérios enterrados
E as almas prisioneiras invisíveis.
Ah!
Se...
pudesse trazer à tona
Os corações e as almas...
E torná-las visíveis
Presumíveis
Então o mundo seria diferente
Feliz.
Com rostos e traços
Trazendo pelos poros
O restante do bendito
Hálito da vida.
Então...
Seriam...
Muitos rostos felizes!
Muitas almas cristalinas
Muitos traços
Realçados
Trans... pi... ran... do
Res... pi... ran... do
VIDA
CatiahoAlc./ReflexodAlma
Viver feliz com pouco.
ResponderExcluirNão é fácil.
Bjins, boa semana
É Pedro.
ExcluirPenso que quem aprende a viver
com pouco, administra melhor
o muito.
Bjins
Linda tua conversa e lembranças..Ler sempre fez parte e isso é muito bom!
ResponderExcluirA música e poesia lindas!
beijos, ótima semana, chica
Chica,
ExcluirLer é viajar sem sair
do lugar e escrever
é permitir que outros
viagem em nossas palavras.
Bjins
Ei Cátia, bom dia! Amiga, me vi estampado na sua historia de vida. Como somos parecidos! Essas lembranças nos fortalecem no dia a dia. Grande beijo!
ResponderExcluirBeto,
ExcluirPenso que quem viveu
em determinada época
sobretudo os de criação
mineira, passaram por
questões parecidas com
as da minha vida.
Mas o bom e notório
é que sobrevivemos e
temos uma história
como exemplo.
Não exemplo para
seguirem, mas
para acender a esperança.
Dificilmente filhos e netos dos
que migraram do interior
para a cidade, vão passar
por 10% do que os avós e bisos.
A realidade é outra.
Entretanto os que vivem ainda
no interior de qualquer das
regiões, tendem a passarem por apertos
como nós passamos, mesmo não morando
mais no interior. Meu filho veio recente
do Nordeste, onde foi a trabalho com o Circo
e voltou muito impactado com a real falta de
água e preço alto tanto da água como
de comida básica, incluindo a carne que
não é bovina e sim caprina(bode).
Bjins
D. Maria Dolores foi uma guerreira e você minha Amiga saiu a ela. As suas memórias assim o dizem. E escolheu o melhor caminho. o de ler e escrever. Por isso gostamos tanto daquilo que escreve. Obrigada pelo seu testemunho de mulher valente.
ResponderExcluirUma boa semana.
Um beijo.
Obrigada por
Excluiressas palavras Graça.
Somos todas mulheres valentes.
Bjins
Fiquei deveras impressionado com o seu texto, sem filtros nem corantes. E, quem assim o faz, só pode ser uma alma boa numa mente sã.
ResponderExcluirTambém gostei do poema, mas o seu texto fica comigo na minha memória, que é uma forma de a admirar ainda mais.
Boa semana, minha querida amiga.
Um beijo.
Sem dúvida, uma bela história de vida! E concordo, amiga: ler é a porta para o conhecimento e escrever é a melhor catarse! Também leio e escrevo desde pequeno, e nunca precisei de psicólogo ou analista; é assim que viajamos por nosso próprio íntimo. Belo post! Meu abraço, boa semana.
ResponderExcluirQue linda é a vida vivida como é!
ResponderExcluirDeixo aqui meus parabéns pelo seu aniversário, que tenhas muitos anos felizes pela frente querida amiga Catiaho!
Abraços apertados!
Veo que muchos pasajes de tu vida coinciden con la mía ya que mis padres en especial mi madre me ayudo todo posible en mis estudios ya que ellos apenas pudieron ir a la escuela. Cuando traía alguna nota mala me decían que me aplicara mas que era por mi bien.
ResponderExcluirLo de deshacerte de tus antiguos escritos a mi modo de ver creo actuaste mal, pero fue tu elección y quizás fue lo mejor que te hiciste.
Saludos.
Muito bom Cátia! O texto que escrevestes é um convite pra alma. Um abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Apreciei a leitura corrida, pulei para a poesia que é meu
ResponderExcluirmeu forte, mas isso enquanto de fundo deixei a
canção, que nos lembra que quase tudo, depende
da gente, num é? CSamma
Oi, Catiaho!
ResponderExcluirVocê se expôs publicamente, o que me agradou muito. Que vida linda vc teve!
Vídeo e poema muito interessantes.
Beijos e boa semana.
Você fez anos no dia 12? Se sim ,muitos parabéns, saúde, paz e amor.
ResponderExcluirPensei que já tinha sido seu aniversário.
Beijinhos.
Recordar é viver... e a única forma de voltarmos a encontrar quem partiu...
ResponderExcluirApreciei imenso seu texto, Catia, que nos deu a conhecer as origens da sua fibra... as pessoas mais carismáticas, vêm sempre de algum background difícil... e a escrita é mesmo uma catarse e uma terapia, para arrumarmos as nossas gavetas interiores da melhor forma, com circunstâncias que não pudemos mudar, mas que temos de saber conviver com elas, com tudo o que de bom e menos bom, nos foi acontecendo no processo de crescimento e amadurecimento... e não tem mesmo rigorosamente nada do que se envergonhar.
Suas circunstâncias, a levaram ao seu actual momento de plenitude... e o seu percurso foi admirável e bonito!
E ter o presente bem resolvido... não será para qualquer um! Veja-se quanta gente nasceu em berço de ouro, e continua sem bem descobrir o que quer ou como estar na vida...
Já não passava por aqui faz tempo... voltando aos poucos a um montão de cantinhos que aprecio, após um Verão problemático, às voltas com a saúde da minha mãe. Mais outro, semelhante ao do ano passado... e a cada ano que passa, as complicações vão-se somando... mas de momento, está menos mal, pelo que há que aproveitar...
Estimo que tenha passado um dia muito feliz, e desejo-lhe muita saúde e muitas felicidades em mais uma volta ao sol... adorei ter calhado a passar por aqui... com este texto incrível, que me deu a conhecer as origens do seu talento para a escrita... e podendo dar-lhe os meus parabéns, para mais, numa idade bem bonita... e com tanto ainda para fazer e viver...
Beijinhos! Hoje estou com pouco tempo, e amanha estarei ausente todo o dia... mas virei no final da semana, com mais disponibilidade, para vir espreitar o que se me tem escapado, nesta fase em que tenho andado muito ausente por aqui... e enquanto mãe não me apronta nenhuma novidade...
Tudo de bom! Saúde e felicidades, para este novo ciclo, que há dias se iniciou...
Ana
Olá Catiaho! Como está?
ResponderExcluirOlhe que lindo relato...! A sua história é uma poderosa celebração da força, resiliência e amor que permeiam a vida. As memórias dos domingos, mesmo com dificuldades pelo meio, são cheias de calor humano e afeto. A sua conexão com a leitura desde a infância e como isso influenciou a sua vida é inspiradora. Parabéns pelos 60 anos, e que cada palavra que você escreva continue a ser uma expressão autêntica da sua incrível jornada.
Beijinhos 🤗
"Nunca fui infeliz por ser pobre."
ResponderExcluirCatiaho, que testemunho de vida comovente e corajoso.
Não há dúvida, a família e os amigos, a leitura e a escrita, ajudam a superar as dificuldades da vida.
Parabéns atrasados, um futuro cheio de saúde, amor e alegria.
Beijo.
Olá Catia!
ResponderExcluirMuito me emocionei com o seu sincero texto.
Parabéns pelo seu escrito e pelo seu aniversário.
Tudo de melhor para você.
Um carinhoso abraço
Verena.
Querida Cátia, nunca li algo tão comovente na blogosfera,
ResponderExcluircom essa leitura, amiga, fiquei admirando muito mais você,
nada foi fácil para você, e sua atitude é elogiável, "sem marcas e sem mágoas!"
É raro alguém se posicionar na vida tão bem quanto você com uma vida difícil.
Eu te abraço com todo meu carinho e coração aberto! E deixo minha admiração.
O poema também é lindo!
Um beijo, querida, desejo pra você muita paz e felicidade, sempre! 🌹🙏🌻
Esqueci, meu parabéns pelo seu aniversário,
ResponderExcluirmuitos e muitos anos de vida, com muita saúde!
Beijinho, querida.
Felicidades pela plenitude dos seus 6.0! Um abraço!
ResponderExcluirAgradeço seu conteúdo instigante. Sua postagem ressoou em mim.
ResponderExcluirOi, Catiaho!
ResponderExcluirFico extremamente sensibilizado por esta publicação que diz muito da humildade de ser, da sensibilidade e riqueza de essência da minha amiga poetisa e escritora. Isso gerou muita admiração, muita mesmo.
Como sei o que é trabalhar e fazer pela vida desde meus onze anos de idade, estudar e fazer uma carreira apenas com meu esforço e trabalho, sei o que é vir de baixo, sei e respeito o que são dificuldades na vida. Mas... o essencial com a Catiaho, não faltou, a essência falou mais alto e te completou.
Meus parabéns, minha estima, minha admiração!
Kandandos tudo de bom, sempre!
Bom sábado de paz, querida amiga Cátia!
ResponderExcluirCom carinho, fiz-lhe um mimo aqui pelo seu níver:
https://flordocampo3.blogspot.com/2023/07/percurso-floral.html
Quanto à sua história de vida, creio que muitos de nós, fomos estimulados a ler e escrever desde pequenos senão por pais e mães, por familiares próximos ou por todos eles.
Cada história de vida é única e linda como é a sua.
Bom vir do modesto viver e valorizar o que temos hoje, com esforço pessoal.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos com carinho fraterno
A pobreza não era sinónimo de infelicidade, Cátia!
ResponderExcluirTambém tive os meus momentos menos bons, mas a escrita me proporcionava felicidade!
A poesia sempre foi um divertimento para mim e aperfeiçoei - a ao longo dos anos, também rasguei muito dos meus escritos!
Agora vivo o dia - a - dia, sem pressas! Escrevendo e dando asas ao meu amor!
Beijinhos!
😉👄😉Megy Maia
Bom dia, Catiaho
ResponderExcluirLindo texto, feliz aniversário! Que Deus te abençoe sempre, desculpe o atraso. Achei tua história de vida tão bela, foi uma atitude maravilhosa do teu tio Zezé emprestar a casa dele ao irmão, a solidariedade faz toda diferença na vida, a família precisa está atenta as necessidades uns dos outros. A tua mãe deixou um exemplo da leitura que influenciou a vida de vocês, que coisa boa. Naquele tempo, os recursos eram poucos, mas a união era notória, hoje em dia, muitas famílias vivem financeiramente bem, porém isoladas no seu mundo da tecnologia, perdendo o melhor da vida que é compartilhar o amor, um forte abraço.
Hi dear, have a lovely week
ResponderExcluirFoi mamãe quem deixou, portanto, vamos sair para brincar?
ResponderExcluirPega a bicicleta do primo pra gente sair, aprender pedalar e
se a gente cair, a gente levanta e tenta de novo e de novo e
de novo. Anda, vamos enquanto a gente é criança!
Levanta daí, vamos sair. Que tal se a gente almoçar?
Almoçando a gente esquece de tudo. Vamos curtir a vida já que
a gente não é mais criança.
Anda, levanta enquanto a gente é jovens. Vem, anda!
E então, vamos trabalhar? Vamos mostrar o que sabemos
fazer! Levanta, vem comigo!
Anda, levanta daí enquanto a gente é adulto, anda, vamos!
E então, que tal sair com as crianças? Sair com nossos filhos,
aproveitar a vida enquanto eles ainda são crianças. Anda, façamos
isso, pois, só assim a gente faz o tempo Passar...
Em um país onde o pobresa impera, quem tem pão é rico e
ResponderExcluirquem tem saúde é milionário. Por isso eu me arrisco a dizer,
minha amiga. Se eu fui pobre um dia, não me lembro.
Um beijo, aliás, muitos beijos e boa noite.