silvioafonso em:NO BANHEIRO, FEMININO OU MASCULINO?

Ele era alto e forte, bonito, sensual. Bateu atrás de si a 
porta do banheiro e se perdeu em um bloco que passava.
Outros rapazes, senhores casados, solteiros, sozinhos e
acompanhados sambavam felizes enquanto o trio
elétrico vazava pela praça da Igreja calando os blocos.
Tambores marcavam o ritmo, mas ela tinha o seu; era
eloquente, suave, inebriante como o voar das gaivotas.
O som parecia distante como um papel de parede ou a
trilha sonora de um carnaval que mexeu com a libido do
seu corpo e entorpeceu a sua alma. Suave como as águas
calmas de um riacho ela seguia o vibrante, mas distante,
som que eletrificava o povo e marcava nela o carnaval
que ainda fervia em suas veias como o aroma do gozo
roubado por quem não tinha cara, e nome muito menos,
mas tinha pegada, altura e beleza, cheiro e sabor como
provam a sua peça de roupas mais íntima deixada nem
banheiro químico e os seu crespos pêlos, ainda, arrepiados
e molhados do amor que ela viveu.

silvioafonso.

Comentários

  1. Silvio Afonso, achei muito bem congeminada o texto. Será um, mais ou menos, fiel retrato do carnaval do Brasil em metáfora, ou talvez não.
    Abraço

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    1. Daniel, querido. Tire as
      suas dúvidas no blog do
      palhaço poeta na próxima
      sexta-feira, véspera de
      carnaval...
      Um beijo, amigo e obriga-
      do por comentar o texto.

      ET. Cátiaho, obrigado pelo
      espaço. Beijos, também.




      .

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    2. Seu sirvofonso, (como falava sua avó);
      na verdade sua escrita é um de meus
      deleites nessa minha vida de poeta.
      Bjins
      Catiaho Alc.

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  2. Bela escolha Daniel, o Silvio é um excepcional contista.Sou admiradora deste poeta sonhador.
    Forte abraço Eloah

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    1. Professora, você e só você
      sabe o tamanho do meu amor
      por você.

      Beijos e, até sexta no blog do
      palhaço poeta.

      Cátiaho, tamujunto.



      .

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  3. Uma descrição repleta de entrelinhas.

    Beijinhos

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    Respostas
    1. Quantas vezes a gente vibrou
      nas entrelinhas. Quantas outras
      a gente sofreu sem necessidade.
      Quantas vezes eu pensei que amava
      alguém e descobri que esse sentimento
      só aos fortes e corajosos era permitido?

      Beijos, Pérola. Beijos.



      .

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  4. Oi, Sílvio.
    Belo chapéu.
    Devo ao amigo uma resposta sobre alguma coisa que li, mas não me lembro assim, de bate-pronto. Mas termos um longo f.d.s., de modo que vou localizar e responder seu email (ou comentário?) o quanto antes.
    Abraços, curta o Reinado de Momo. Eu já estou velho demais para esses excessos.
    Fui.

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