O PASSARINHO E O GAVIÃO.
Foi difícil acreditar que perder uma pessoa, como Frances
perdeu o pai, doesse tanto como ainda dói, segundo me diz.
Sofreu muito naquele dia o pobre do rapaz e ainda sofre
quando lembra do seu velho. Foi duro ver aquela gente
chorando na capela por causa dele.
A maioria era de amigos e o resto admiradores.
Papai foi importante não só na minha vida, mas na vida
de todos que conviveram com ele – disse Frances enxugando
os olhos. Não me lembro de nada que falaram ou
de alguém além de Solange, minha amiga de infância,
chegando para me contar o que, certamente,
todos já tinham falado e eu não os ouvia, sim,
dela eu me lembro e muito – concluiu dando um
tapa na próprias pernas e saindo para respirar.
Quando me abraçou eu percebi que ela, com 17 anos,
ainda tinha o cheiro da puberdade.
Eu tinha 24 e me sentia tão garoto quanto ela. – Disse me
olhando de longe, mas eu entendi porque já o conhecia
de há muitos anos.
– Lembro como se fosse agora, ela, de pé, com a minha
cabeça junto ao ventre e eu, sentado, chorando as minhas
pitangas. Em outras circunstâncias talvez eu chorasse
mais do que chorava naquele momento, pois Solange,
a bendita Solange, conseguiu me trazer à realidade.
Era isso ou enlouquecia com ela acariciando o
meu rosto apertado
junto a sua barriga
(como se barriga tivesse) –Dizia fazendo gestos a esmo.
– Seu cheiro despertava em mim o que eu sentia
por qualquer garota, menos por ela.
Talvez por não pretender algo de sério com ela
eu pedisse licença e me levantado para chorar longe dela.
– Frances põe a mão no bolso, saca um lenço,
seca os olhos, respira fundo e conclui; – "Depois do Corpo
do meu pai encomendado cada um seguiu seu caminho,
inclusive eu, no meu carro. Isso se Solange, sentando ao
meu lado não me pediu para deixá-la em casa.
Desde o momento em que seus pais se tornaram vizinhos dos
meus que nós somos amigos. Minhas irmãs gostavam de
nos ver juntos, por isso a afinidade que existia entre nós.
Eu tive muitas oportunidades de fazer o que não fiz com
aquela pequena, mas infelizmente a razão me puxava as orelhas
e eu voltava para o meu lugar.
Assim que parei o carro para ela saltar ela me ofereceu
um calmante e eu a acompanhei e sentei enquanto
esperava. Não sei bem se foi o remédio ou os seios dela
na minha cara enquanto me abraçava que me causava
aquele calor.
Nada poderia ter sido mais elegante da minha parte senão me levantar,
beijar-lhe a testa e sair.
Pegar o carro e seguir para casa.
Hoje eu e Solange somos dois adultos de cabelos brancos,
eu um pouco mais do que ela e já próximo da sua idade, Silvioafonso.
É nessas horas que eu lembro da minha amiga.
Aquela que pensava que eu fosse um homem, quando na
verdade eu não passava de uma criança.
É isso o que eu precisava dizer para alguém.
Obrigado por vir me ouvir. – Francis abriu um sorriso amarelo, enxugou o nariz
com as costas da mão e me deu um abraço tão
terno que até marejar os meus olhos marejaram.
silvioafonso
CANÇÃO
COM CHICO CESAR
DEIS ME PROTEJA
Chuva na Janela
Hoje o céu esta cinza quase chumbo
A água transparente e gelada
é derramada em pingos
Poças se formam e transbordam
fazendo veios rua a fora
Minha alma se encanta com o som dessa chuva
Com o ar que quente que embaça o vidro da janela
Os sentimentos diversos se misturam e
desejam também
Saírem de dentro do peito assim
Como as nuvens que vão levadas ao vento
Ou os pingos que caem e apressadas
correm...
O peito deseja soltar
os sentimentos
Mas num ato de renúncia
O suspiro os prende
E o peito lateja
A alma como que chora
Então uma lágrima foge pelo
canto do olho
E uma, e duas e muitas
Assim também fazem veios
que descem corpo a baixo
Mas nunca chegam ao chão
São contidas pela mão que as colhe
E as guardam apenas na lembrança
Do ímpeto de um momento
Só um momento...
De Liberdade Feliz.
CatiahoAlc.
171120070819
A água transparente e gelada
é derramada em pingos
Poças se formam e transbordam
fazendo veios rua a fora
Minha alma se encanta com o som dessa chuva
Com o ar que quente que embaça o vidro da janela
Os sentimentos diversos se misturam e
desejam também
Saírem de dentro do peito assim
Como as nuvens que vão levadas ao vento
Ou os pingos que caem e apressadas
correm...
O peito deseja soltar
os sentimentos
Mas num ato de renúncia
O suspiro os prende
E o peito lateja
A alma como que chora
Então uma lágrima foge pelo
canto do olho
E uma, e duas e muitas
Assim também fazem veios
que descem corpo a baixo
Mas nunca chegam ao chão
São contidas pela mão que as colhe
E as guardam apenas na lembrança
Do ímpeto de um momento
Só um momento...
De Liberdade Feliz.
CatiahoAlc.
171120070819
Texto integrante da obra Momentos Cristalizados
27 022008
27 022008




Comentários
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Feliz fim de semana
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Bom fim de semana!
Beijos
saber se vc
lendo aqui.
Abraço, Catiaho, bom domingo!
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
o tempo lateja
a alma como que chora
então uma lágrima foge pelo
canto do olho
E assim vamos nós esperando por dias bem melhores.
Beijo, querida, uma feliz semana, se der...
Te desejo uma feliz semana de muita luz ,paz e amor para vc !
Um abraço carinhoso...🙏💝💐愛🌺
ABREIJOS
Que maravilhoso e emotivo o texto de Sílvio Afonso.
E o seu poema desabafo amiga Catiaho, humedeceu também os meus olhos.
tanto que ansiamos um momento livre e feliz minha amiga.
beijinhos para ambos.
Fê