Se sobre
Tuas asas
Me levas
Vou sem
Reservas
Pois tal
Entrega
Se dá
Pelo tanto de
Cuidados
Com que me
Cobres
Assim
Sigo de alma
Elevada
E encantada
Sob essa magia
Com
Olhos fechados
Sigo com a
Alma
Entregue
Bendizendo o
Bem
Que essa nossa
Entrega
Faz
Catiaho Alc.
Poesia de 9 anos passados,
foi escrita em 28 de fevereiro de 2008/Praia 17:00h +-
Um brinde aos Nove Anos de Nossas Vida em Pasargada!
Quando
eu vim com minha família morar no ES, tinha o meu coração cheio de uma Esperança como é uma Tarde de céu azul sem nuvens, como vejo agora da minha janela, o céu nesse último domingo de fevereiro de 2016. Havíamos acabado de deixar para trás uma tempestade sem precedentes e quase sem comparação com coisas que eu já tivesse vivido, digo quase porque minhas aflições de infância e adolescência eram transitórias, pois eu ficaria adulta, amadureceria e teria
em minhas mãos as decisões sobre minha vida. Já o que levou a mim e a minha família
para longe do RJ, foi algo definitivo e permanente com é uma cicatriz...
De um momento para a outro estávamos nós quatro dentro de nosso carro, um Verona Vermelho, carregado com poucas roupas e calçados, alguns livros
meus, uma televisão, um computador, nossos três peixes em um pequeno aquário e
todo material de trabalho de circo dos
filhos e de meu esposo (1 cama elástica, 1 mesa acrobática, 1 tubo acrobático,
colchão e passadeira de circo, malabares, cenários e outros apetrechos do
trabalho deles).
Durante aquela viagem Não haviam sonhos, ou planos em nossa mente, coração
ou bagagem. Só havia uma enorme Vontade e Esperança de deixar o passado pra trás. Meu
esposo em tratamento de saúde, se concentrava em cumprir as ordens médicas. Nossos
dois filhos recém formados na Escola Nacional de Circo RJ, recém retornados da
primeira turnê circense deles que foi na Arábia Saudita, tinham todo futuro a ser
descortinado adiante deles em uma terra nova.
E Eu? Ah, Eu tinha na mente apenas um enorme desejo
de voltar a dormir sem sobressaltos, sem os terríveis pesadelos e uma certeza
de forma alguma me deixar prender a nenhum trabalho
formal e contínuo como os de oito horas diárias em cinco dias semanais, por exemplo. Na verdade o que eu queria
para mim e para minha família até aquele fevereiro de 2007, era somente: Viver
em paz.
Morar onde eu moro hoje é um sonho que eu não sonhei
jamais: confesso.
Hoje, exatos nove anos passados de ter chego aqui, quando penso e trago a mente nós
quatro dentro de um Verona Vermelho carregado das nossas coisas, parado em
frente a praça aguardando por duas horas de um domingo como o de hoje, a
pessoa que nos traria a chave de um apartamento vazio, onde moraríamos nos 3
meses próximos, nesse mesmo condomínio que moramos ainda hoje. A visão que tenho
agora enquanto escrevo é de: Quatro seres com toda uma vida dentro de um carro
de passeio... Já no apartamento nos ajeitamos: Na sala montamos a mesa acrobática que por muito tempo foi nossa mesa de refeições, o apartamento tinha dois
quartos e dormir, nós quatro dormimos no chão por um bom tempo. Logo na semana que chegamos fomos em um brechó e
compramos uma geladeira, um fogão, um bujão de gás e alguns potes que ainda me
acompanham hoje. Essas coisas eram o suficiente para tocarmos nossa vida.
Ficamos 3 anos sem voltar ao RJ a passeio, íamos rapidamente a
trabalho, ou para resolver questões de documentos ou de saúde, mas nunca a
passeio. Éramos seres bem assustados ainda nesse tempo.
Pois bem, os dois filhos deram rumo a vida deles: um
casou no ano seguinte com uma capixaba e o outro foi na mesma data trabalhar em SP e passou a correr
o mundo com sua arte circense.
Vivendo em Paz os dois em casa, o Par aposentou-se e
cumpriu a promessa de se dedicar a arte quando se aposentasse. E eu? Eu ainda
em 2007, simbolista que sou fiz minha primeira tatuagem uma letra A no pulso esquerdo, depois com o tempo me entreguei a correr
na orla para elaborar e a escrever meu primeiro livro. Com o tempo me tornei editora, comecei a viajar a trabalho como Assessora Editorial: São Paulo (capital), Campos do Jordão, São Vicente, Guarujá, RJ (centro e cidades) e quando dei por
mim já estávamos eu e o Par de volta ao RJ, agora para conviver com os Amigos mais
chegados que irmãos que o trabalho da escrita e a literatura
me apresentaram e que preservamos mutuamente a convivência e o afeto até esse Tempo que
chamo de Hoje.
Do dia de domingo que chegamos aqui, guardo na mente a lembrança da alegria e o
fervilhar da Praça toda noite em animação e
agitação de famílias que moram por perto, nada mudou desse movimento e hoje presencio debruçada na janela de casa.
O Verona Vermelho, esse já não é mais da gente faz
tempo!
Eu corro na orla quase todos os dias com a mesma alegria dos primeiros tempos
aqui. Ainda sento na areia da praia e escrevo, esquecendo tudo a meu redor,
muitos dos textos que vocês leem em meus blogs são escritos assim, ao ar livre...
Do medo e do
sobressalto de quando cheguei aqui eu não tenho mais nada e a Esperança me faz
feliz todos os dias que eu vivo aqui nesse lugar que ouso chamar de minha
Pasargada; assim escrito sem acento mesmo, porque é meu canto, meu lugar que não
existe igual para mais ninguém, senão para essa Mulher Poeta aqui.
Nos últimos anos tivemos muitas baixas na família, tanto pelo lado do Par quando no meu lado, coisas da vida, não há o que fazer se não aguentar a saudade pois de alguns não pudemos nem nos despedir. Por outro lado nasceu a Ana Clara, nossa neta que nos encanta. Assim a vida vai se equilibrando.
Nesse
fevereiro que nos deixa, eu Relembro essas coisas com a mesma Paz com a qual Viro a página de um bom livro lido.
Aprendi que se eu não exercer a função que me cabe, outro fará sem a mesma paixão que eu tenho. Dessa minha atitude que surgiu o slogan:
Nascidos pra ser quem somos; sejamos de fato.
E é o que Eu Sou : Eu mesma.
Catiaho
Alc.
Parabéns pela construção de tudo isso... construção cuidados, com amor e zelo, partilhando e compartilhando... sendo generosa, amiga, mãe e mulher.
ResponderExcluirTens o que mereces....!!!
E terás muito mais ainda....
Que linda postagem,
ResponderExcluirgosto das fotos também,
é muito bom também ter uma criança por perto;
beijos
Parabéns Catiaho pela poesia e por tudo que escreveu sobre a sua vida.
ResponderExcluirEu também procuro ser eu mesma em todos os sentidos.
Bjs e uma ótima semana.
Carmen Lúcia
Adorei suas fotos e seus versos.
ResponderExcluirbjokas =)
Catiaho, como todas as vidas há uma construção. A diferença, por vezes consiste na solidez ou não. Parabéns!
ResponderExcluirBeijos
Boa noite Catiaho,
ResponderExcluirUma honra receber a sua visita.
Quero dar-lhe os meus Parabéns pelo seu exemplo de vida!
Uma lição que acabou aqui de me conceder!
Bem-haja e muitas felicidades!
Beijinhos,
Ailime
Belo texto! Eu me encontrei nele! Abraços.
ResponderExcluirBoa tarde querida Catia.. os anos nos brindam com belas amizades e momentos que as fotos e poemas vão sempre ficar registrados.. bjs e feliz dia poetisa
ResponderExcluirUma postagem maravilhosa!!!
ResponderExcluirAdorei seu testemunho tão pessoal, Catia!
E a vida se faz disso mesmo... da nossa afirmação no mundo... enquanto contornamos e ultrapassamos, toda a espécie de traumas e problemas...
Um beijo imenso! E continuação de dias... e tempos... assim, felizes!
Ana