Espalhados Espelhando

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quinta-feira, 10 de maio de 2018

POesia: E qui li brando / TExto: Ha há ha harrá! / CAnção: Tunai em Frisson

Obs: Esse texto foi escrito há 20 dias passados, o dia da publicação foi programado aleatoriamente.






FOTO CAPA DE UM LINDO LIVRO DE MINHA AUTORIA,
NA IMAGEM  MEU FILHO CAÇULA WALLACE KYOSKY'S ASSISTINDO  O NASCER DO SOL
HA 3 RUAS DE ONDE MORAMOS NA PRAIA DE ITAPUÃ/VILA VELHA/ES/BRASIL 

Um passo de cada vez
Proporciona o 
andar
Muitas palavras
É necessário 
para um poema
formar
Poeta segue assim
ora pensando
sempre 
sonhando
Ora divagando 
mas sempre
cuidando
Da magia
 Em poesia
ao
 mundo
Inteiro espalhar
Copyright ®reflexodalmafasell
CatiahoAlc/Reflexo dAlma
entre sonhos e delírios



Ha há ha harrá!


         Essa sou eu pensando em quanto tempo já perdi na vida por conta de
acreditar as pessoas se importarem umas com as outras. Se não se importassem, era pelo menos um forma de alimentar minha esperança das coisas não serem assim tão ruins ou tão sem sentido.
         As pessoas trocam de ideia, de ação ou de reação de um momento pro outro e tem a descapacidade de acordar no dia seguinte como se nada tivesse acontecido. É como se eles fossem totalmente aceitáveis e gente como eu fosse obrigada a achar tudo muito normal. Na verdade, na verdade é como se a gente fosse folha em branco, folha de papel higiênico ou água mesmo de privada. Porque não faz a menor diferença.
         Fui uma criança sem direitos e sem imagem. Nada do que eu fizesse ou sentisse fazia diferença. Nunca ninguém me perguntou o que eu achava disso ou daquilo.
         No tempo da escola, a antiga quinta série, passava no portão da minha colega de sala Isa, era passagem minha do ponto do ônibus até a escola (nos conhecemos dentro da sala de aula). Eu ia pra escola de ônibus, pois vinha de um bairro mais distante, e ela era bem do bairro da escola. Um dia ela me chamou pra entrar, eu neguei. Um outro dia ela pediu pra eu esperar do lado de dentro porque ela e a família estavam almoçando. Eu entrei e esperei. Assim aconteceu por uns dias: na hora eu descia do ônibus lá estava ela com aquele sorriso bonito, sua pele branca me esperando. Mais a frente, a mãe dela me agradeceu por esperar a filha dela e quase me obrigou a entrar, entrei. Eles almoçavam: mãe, duas filhas e um filho menor. Assim foi por um tempo, um dia sem esperar meu prato foi posto a mesa e me sentei e almocei com eles. Vieram as férias de final de ano, o recesso e como ambas passamos de serie no ano seguinte voltamos estudar na mesma sala. Voltei a aguardá-la para irmos juntas para aula. Como no início aguardei do lado de fora uns dias, depois mais uma vez Isa me convidou para entrar, mas dessa vez eram eles: pai, mãe, irmãs, irmão. Não demorou muito e novamente a mãe dela me agradeceu como no ano anterior e pôs meu prato á mesa, uma duas e na terceira vez o pai dela até então sempre calado, perguntou meu nome, eu disse e ele seguiu: -Catia, somos gratos por sua amizade por Isa e por estar sempre com ela. Mas vou pedir que não venha mais aqui, que não a espere mais para ir a escola, pois eu sou ex presidiário e não será de bom tom você frequentar nossa casa. As pessoas são cruéis. Me perdoe, mas para seu bem de hoje em diante você não é mais bem vinda aqui.
Eu lívida não sabia como reagir.
A Isa com os olhos cheios de lágrimas pôs as mãos na face soluçando, os demais ficaram quietos e a mãe resignada pôs a mão em meu ombro e me conduziu até onde estava minha mochila, depois me levou até a porta e ao portão, lá me deu um forte abraço, e disse: -Será melhor assim. Perdão novamente e Adeus.
Eu simplesmente fui embora e nunca falei publicamente sobre o assunto até hoje; naquela época eu era uma menina de 10 anos, completaria 11 no fim do ano em dezembro e isso ainda era setembro... Agora eu descia do ônibus praticamente no portão da casa dela, atravessava a rua e subia a ladeira até a Escola Estadual Presidente Bernardes. Vi de longe a Isa até o final daquele ano, éramos ainda as duas melhores alunas da turma. Eu tinha verdadeira amizade por aquela menina e ela por mim, éramos as duas muito boas em Português e História, eu a moreninha de cabelos castanhos compridos e ela a branquinha de cabelos pretos, meio curtos e de franja.
         Confesso que a comida da casa dela era infinitamente melhor do que a da minha casa havia como, por exemplo, copos de vidro, talheres e louça (confesso serem coisas que até hoje eu prezo ter). Já meus pais na época eram muito sem condições e punham à mesa o possível e nossos pratos eram aquelas latas de goiabada sem a tampa, e onde bebíamos água eu não me lembro de verdade.
A casa da Isa?
Lá tinha sala, quartos, cozinha copa e banheiro completo.
Já lá em casa era um espaço pequeno repartido pelos móveis. O quarto dos meus pais era separado por um cobertor grande preso ao armário, e o bebê (a ultima criança das seis nascidas) dormia com o casal na cama. Ao lado, depois do armário que fazia parece dormiam as três meninas em uma cama maior (eu era uma delas, duas irmãs dormiam para baixo e eu sozinha para cima). No espaço chamado sala, porque tinha uma televisão preto e branco, em uma poltrona maior dormiam os dois meninos. Era tudo tão apertado, tão mínimo, mas para mim não fazia a menor diferença, pois eu tinha minhas tarefas ao cuidar dos meus cinco irmãos pelas manhãs, mas a tarde eu tinha a Escola! Lá eu tinha espaço, lá eu era alguém, lá me chamavam pelo nome e eu me sobressaia por ser estudiosa! E por um tempo até tive até a Isa como amiga.
         Penso hoje refletindo que minha casa humilde tinha algo a mais que na casa da Isa. Não sei o que era, pois meus pais tinham muitos atritos todas as noites. Eles se ofendiam, nós filhos recebíamos as rebarbas, fossem em desprezo ou em pancadas mesmo. Eu nunca recebi nenhum amigo em casa, pois eu morava em um bairro longe da escola, mas quando eu tinha a chance de passar com e turma no ônibus eu fazia questão de apontar sem nenhuma vergonha: -Estão vendo aquela casa pequena de madeira, aquela em acima da casa grande de lage, lá em cima depois da escada de barro? Pois eu moro lá com meu pai, minha mãe e meus irmãos e irmãs.
         Amigos da Blogsfera, a despeito da pobreza e da violência imposta pela vida sofrida eu nunca fui infeliz naquele recanto dos 9 aos 14 anos. Mas eu sempre penso na Isa e na família dela, pois eles se preocuparam comigo, por eu sofrer algo por frequentar a casa deles? Naquela época eles se preocupavam com o maldito preconceito?
         Não sei...
         Será?
         Pra mim desde aquele tempo o preconceito não fazia como não faz parte da minha vida.
Mas na verdade o que me afetou bem foi ser preterida, posta de lado, posta fora da vida daquela gente que eu tanto achava ser cativante. Eu senti a perda da presença de Isa, creio ter sido aí que comecei a ter o dedo chamado podre para escolher seres que seguem comigo (não me refiro a família de sangue ou aos amigosmaischegadosqueirmãos). Todavia a constatação é real de ser  raro eu não ser/me sentir  preterida/deixada de lado ainda hoje.
         Entretanto deixei de sofrer com esses abandonos quando entendi ser de um gênero de Seres que jamais terão alguém ao lado para sempre ou melhor ao longo da vida, exceto os ligados a mim pelo amor Eros. Digo no plural por ter vivido  55 anos e crer ainda não saber do meu amanhã, aliás ninguém sabe, ou sabe? Em fim seguindo: Os demais sempre passarão pela minha vida, irão e virão, e eu? Sempre estarei de braços abertos não esperando incondicionalmente, mas sim olhando a vida seguir seu curso. 
Pois meu destino é ser quem Sou a minha própria Custa.
Acho bom; pois entender isso me fez parar de criar expectativas inúteis.
CatiahoAlc./Reflexod’Alma

Canção Frisson com Tunai
Abaixo dos vídeos a bela letra da contagiante canção




Meu coração pulou
Você chegou, me deixou assim
Com os pés fora do chão
Pensei: que bom...
Parece, enfim acordei
Pra renovar meu ser
Faltava mesmo chegar você
Assim sem me avisar
Pra acelerar...
Um coração que já bate pouco
De tanto procurar por outro
Anda cansado
Mas quando você está do lado
Fica louco de satisfação
Solidão nunca mais

Você caiu do céu
Um anjo lindo que apareceu
Com olhos de cristal
Me enfeitiçou
Eu nunca vi nada igual
De repente...
Você surgiu na minha frente
Luz cintilante
Estrela em forma de gente
Invasora do planeta amor
Você me conquistou

Me olha, me toca, me faz sentir
Que é hora, agora, da gente ir

10 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Boa tarde!
Sempre maravilhosas e com perseverança! Amei!

Beijo e um excelente dia.

Larissa Santos disse...

Boa tarde. Uma publicação brilhante :))

Hoje:- "O meu ilusório, fluindo"

Bjos
Votos de óptima Quinta-Feira

Carmen Lúcia.Prazer de Escrever disse...

Tudo muito lindo.
Bjs e parabéns pelo livro Catiaho.
Carmen Lúcia.

Nataline disse...

Dando conhecimento, prometendo voltar mais tarde.
-
Hoje abrimos – duas amigas - o nosso blogue onde postaremos fotos originais tiradas por nós, poesias, prosas, mensagens e sentires do coração.
-
https://olharesedeslumbres.blogspot.pt/
-
Obrigada

Unknown disse...

Lindíssima partilha querida amiga ,muitos beijinhos felicidades

Betonicou disse...

Oi Cátia! Você sempre com seus belos escritos. Bastante reflexivo e rico em sabedoria. Grande beijo.

Pedro Coimbra disse...

Querer viver com uma máscara é sempre um erro.
E algo muito complicado de concretizar.
Bjs, bfds

Os olhares da Gracinha! disse...

Gosto dos olhares!
A escrita para ler e refletir sempre interessante!bj

_ Gil António _ disse...

Bom dia. Passando e elogiando mais uma publicação fantástica. Fotos deliciosas. Temas profundos. Gostei muito.
.
* Amar-te na periferia do Contratempo *
.
Cumprimentos Poéticos

silvioafonso disse...

Custei entender que mãe não é
só a mulher que nos põe no mundo,
mas também a que nos ensina a com-
preendê-lo. Pena que a gente, depois
de achar que aprendeu tudo, vooa
para longe do ninho e esquece de
quem nos deu, de graça, o brevê
de piloto. Mãe deve ser isso, ou
seria aquela que chora quando os
olhos da gente umedecem e sofre
quando a dor pensa doer na gente e
sorri com as bobagens que a gente
faz? Pois seja ela quem você achar
que ela é, mas, por favor, não se
esqueça de agradecê-la por tudo que
ela fez por você, e de pedir perdão
pelo que você deixou de fazer pelos
dois.

Feliz 8 de maio. Feliz dia das
mães.

silvioafonso


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