Espalhados Espelhando

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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Espelhando por Pasargada sei bem o Valor do Viver Bem.




     Outro dia conheci o sr. Celso Carioquinha no salão de beleza,  enquanto eu deixava a profissional  cuidar das minhas mãos, dei-me conta de um  senhor sentado a meu lado; também cuidando das  mãos e dos pés. 
Era um senhorzinho bem vestido, bem cuidadinho. De cara eu senti ali haver uma história interessante.  
Puxei a conversa perguntando se ele era morador de Pasargada. Pronto foi o suficiente para a conversa ganhar expressão. 
Rápido fiquei sabendo ter ele ter 82 anos, ter sido atleta e jogador de futebol do exercito, no time do Caxias, dessa forma  conheceu o Pasargada. O time do Rio Branco(ES) time opositor ao dele , ficou encantado com seu futebol, fez proposta mas o time pelo qual ele jogava não abriu mão. E assim o sr.Celso (sobrenome espanhol que eu esqueci) seguiu carreira militar e nela se dedicou ao futebol. Contou-me ele que ainda jovem fora transferido pelo exercito para o ES, onde viveu alguns anos a disposição do exercito até ser novamente transferido varias e varias vezes até o tempo de ser reformado. Assim disse ele.
Seguindo a narrativa disse ele que em Pasargada por carência de afeto materno desenvolveu gosto por mulheres bem mais velhas, ele na época tinha 20 anos, então as mulheres tinham em media de 35 a 40 anos. Chegando a ter por um bom tempo 3 mulheres ao mesmo tempo, elas se conheciam e dividiam os cuidados, o bem querer e o chamego com e  por ele, sem ciumes até trocavam informações sobre o seu paradeiro quando por algum motivo desaparecia. Foi engraçada a narrativa dele citando os nomes das mulheres se comunicando por telefone:
    -Mayra o Carioquinha esta por ai? 
    -Não Venilda, ele deve ter dormido la na casa da Quiara, procura la e me avisa. 
Segundo ele foi um tempo muito bom o passado em Pasargada. 
Tempos depois transferido para Brasília, viveu noutras muitas  historias. 
Eu ainda intrigada perguntei: 
-Mas seu Celso o senhor se casou alguma vez?
-Ele sorriu e disse- Não. Nunca me casei  bem como nunca gostei de mulher mais jovem que eu. A manicure que fazia minha unha se meteu na conversa e indagou: 
-Mas o senhor me disse outro dia que era casado!
Eu entendendo a situação interferi: 
-Ele nunca casou no papel e nem morou junto, Não é seu Celso? 
Nesse momento apesar de termos acabado de nos conhecer, já éramos quase íntimos, assim por dizer... 
Ele com calma retornou ao assunto:
 -Moro com uma mulher a oito anos, ela cuida de mim. 
Eu sem perder o fio da conversa perguntei sem meias palavras : 
- Mas se o senhor tem 82 anos e sempre se relacionou com mulheres mais velhas que o senhor...
Ele imediatamente disse:
 -Agora a coisa mudou de figura senhora, pois preciso de alguém pra cuidar de mim. Mas mesmo ela mais jovem que eu;  entre nós não tem esse negócio de ciúmes. Eu frequento dança de salão, sou livre como sempre fui e só para vocês saberem: eu me arrumo pra ir dançar e mostro pra ela que muitas vezes me sugere uma outra camisa pra eu ficar melhor apessoado. 
O serviço das mãos e pés dele ficaram prontos, ele pagou, deu uma gorjeta pra mocinha, 
Se despediu de mim e delas também, ao parar na porta eu observei bem e acenei um ate logo.

Quando ele já estava perto da saída principal eu suspirei fundo e dei vazão a minha sensibilidade e confidencio a vocês que lêem aqui: Seu Celso Carioquinha tem aquele mal de Parkinson e percebi quando olhei para as mãos dele apos o aceno feito com a mão direita, desci a vista para a mão esquerda posta ao lado da perna esquerda em movimentos  involuntários... 

Descuidadamente deixei minha mente vagando... 
Até o termino do serviço em minhas unhas, fiquei pensando em como a mente fica sã, as vontades e os desejos não dão trégua, enquanto  o físico é obrigado ceder...
Voltei pra casa repensando minha vida na certeza de saber o valor do viver bem e de como é importante manter a qualidade de vida.
CatiahoAlc
fevereiro de 2015

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Era só um Banco de praça...



Era somente um banco, desses comuns em qualquer praça.
Eu, fazia tempo observava e anotava os tipos que ali
 sentavam para as mais variadas atividades.
Uns pra descansar.
Outros para conversar ao celular.
Outros para namorar, fossem pares de diferentes ou de  iguais.
E outros tantos tratando de seus assunto ali no Banco da praça.
Um dia de domingo passando por essa praça, percebi nesse
 Banco um homem,  com bolsas e muitos livros. Não me contendo puxei conversa
e me surpreendi de imediato com o vocabulário sofisticado e o português bem usado.
Ele sentado o Banco e eu de pé a sua frente.
Por algum tempo falamos de politica, de literatura e da vida, na verdade da vida dele.
Ele um morador de rua e trocava livros por algum trocado que lhe desse para comprar
 uma refeição.
Estendendo o braço deu-me um exemplar do livro famoso e disse:
- Estou dando esse livro para  senhora pois sei que vai ler.
Agradeci e sem prometer nada fui até em casa e voltei a ele
 com o que eu tinha em dinheiro e alguns livros para ele passar adiante e dois rascunhos de
livros de  autores que eu estava para lançar e pedi que ele lesse e depois me desse
 uma critica das duas obras. Nos despedimos. Nunca mais paramos para trocar palavras
novamente, mas da janela do meu quarto eu podia observar o tal banco citado no inicio
 e esse era o banco escolhido por ele para o descanso e por outros para outros fins.
Batizei o banco : "O Banco Democrático"; exatamente devido a pluralidade de pessoas que o escolhiam dia a dia.
Quarta feira dessa segunda semana de fevereiro eu não olhei pela janela cedo,
mais tarde fui até o correio e para tal só preciso atravessar e  rua e passar pela praça.
Tinha pressa e passei rápido mas de imediato  um vazio se formou em meu celebro e voltei.
 Faltava algo ali.
Olhei, olhei e vi a marca da ausência gritando e não me contendo falei sozinha:
- O banco! Caralho(desculpem a palavra grande, mas tenho que ser fiel ao que eu falei na hora)!
Tiraram o banco!
Segui meu caminho completamente abismada.
A adiante fui parada por uma pessoa conhecida e falei de imediato: - Viu? Tiraram o banco!
A pessoa sem hesitar disse:
- Tinha que tirar mesmo!
Aquele homem dos livros estava sujando a praça com sua presença diária.
Agora eu ficara sem palavras de vez, o chão sumiu de meus pés e confesso que sai dali o mais rápido possível.
De volta em casa mais tarde eu juro que a imagem em minha mente era de terem vindo a noite, tirado o banco. Até ai tudo bem, mas e ele o homem dos livros quando veio cedo?
Ou sera que o levaram para um abrigo?
Essa imagem é horrível:
Ele sentado
no banco com suas bolsas coisas e seus livros teimando em não sair.
 E os encarregados de levarem
o banco, levando junto homem, e banco. O banco eu não sei
pra onde, mas o homem para algum depósito de gente.
Terá sido isso?
Nunca saberei...
Mas sei de um coisa com toda certeza:
É assim que se resolvem as coisas nessa nossa terra chamada Brasil...
Chega dar medo, naquele dia  foi o homem e o banco...
amanhã poderá ser eu ou alguns dos meus
E até um de vocês...
Vamos lembrar sempre que assim são resolvidos os INCÔMODOS da
nossa SOCIEDADE: EXTIRPANDO. Chega dar medo!
Em fim.
Vou deixar essa canção que tem a ver com o assunto,
 pelo menos eu acho que sim:
Catiaho Alc.


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