Como alguns de vocês devem saber eu e minha família (marido e filhos) deixamos a vida corrida do RJ e viemos viver em paz na pacata cidade de Pasargada no ES. Na época foi uma decisão em favor da minha saúde mental. E após um episódio de violência envolvendo nós quatro, (um assalto com intenção de sequestro, às 15 horas de uma bela segunda-feira|). Eu simplesmente desisti de tentar qualquer coisa e já com sinais visíveis de abalo psicológico pedi aos três que tomassem todas e quaisquer decisão para nossa vida. Eu já não comia, não dormia e não fixava minha mente em quase nada, isso dentro do período de cincos dias ( da hora do assalto na segunda-feira até a sexta-feira da mesma semana) ou seja: o acontecido simplesmente minou minhas forças de uma forma abrangente e devastadora). Por que fui atingida assim?
Eu tive uma infância e adolescência sobressaltada, devido a violência, gritos, muitas discussões todos os dias e sobretudo muita desconfiança. A vida destratou meu pai e minha mãe de tal forma que ambos não confiavam em nenhuma pessoa, nem mesmo um no outro e isso era espalhado sobre os seis filhos dos quais eu sou a primogênita.
Quando conheci a fé e reconheci Deus em minha vida, no ano 1979 eu aprendi a acreditar que minha realidade poderia ser mudada por minhas atitudes em favor meu, isso me acalmou, passei a viver dias melhores, em casa nada mudou, mas criei um circulo de contatos novos, eu aprendi a falar em público, me descobri líder e compus minha primeira poesia. Hoje eu sei que eu era bonita, tinha um corpo bem formado, naquela época eu não tinha ainda trabalhado minha auto estima então, não fazia diferença no meu dia a dia ser ou não de boa aparência.
Em 1980, o amor bateu na minha porta e daí em diante as coisas mudaram. Nos casamos dentro do prazo de um ano, aí sim eu conheci a paz. A paz de uma casa harmoniosa. A paz onde a conversa era em um tom suave. Um ano depois de casados, tivemos nosso primeiro filho, planejamos o segundo filho para 4 anos mais tarde.Voltei a estudar, conclui meus estudos, cursei um ano e meio de inglês conversação, fiz meu primeiro curso de contação de histórias. Sou formada pelo governo federal. Fui a primeira da família e me envolver com essa arte. Depois veio o teatro e juntos eu o par nos profissionalizamos como artistas e técnicos pelo sindicato do RJ, o melhor do país. Passamos dai em diante a viver de arte, eu escrevia os textos (por isso sou teatróloga) e dirigia os espetáculos, ele atuava e vendia as produções, juntos nós dois produzíamos tudo. Entregamos nossa casa para ser escola de artes: teatro, musica, dança, capoeira e artes plasticas. Dos 3 andares de casa, ficamos com o uso para os 4, apenas com um quarto, banheiro e a cozinha improvisada no terraço. Como nós trabalhávamos! Como fomos felizes espalhando arte por todo RJ: teatros, escolas, shoppings, igrejas, praças. Formávamos 80 alunos por ano.
Como Eu fui feliz e centrada até aquele dia 08 de janeiro de 2007...
Como tudo na vida se resumo no PARA QUÊ E não no por que?
Aqui estou eu certa de que nada deveria ter acontecido diferente.
Ontem eu vi no programa Esquenta uma matéria que disse exatamente o que me salvou em 2006 ainda, foi quando eu parei e disse: Alcleir (pai), Alcleir Jr e Wallace, eu não posso com essa situação. Cuidei de vocês até aqui, agora CUIDEM DE MIM., porque eu simplesmente não tenho forças.
Hoje 2015, a minha saúde mental esta restabelecida.
A família segue bem, cada filho cuidando de sua vida pessoal.
Eu e Al, seguimos de mãos dadas e olhando firme um para o outro.
Eu sigo na certeza de que não faria nada na minha vida diferente do que fiz.
O Livro do autor Gilmar F. Sousa já esta com ele na Flórida e eu ja fechei todo meu expediente externo de 2015.
Por isso ontem eu o par, filhos neta e nora e amigas da nossa neta nos encontramos no shopping Vila Velha para que a pequena neta tirasse fotos com os personagens da Disney que proporcionaram um momento interessante para a neta e os personagens. A pequena, tremia de emoção e alegria nas costas do tio Wallace. Depois nos separamos deles e Eu, o Par e o Wallace fomos brindar no outback que é um lugar simbólico para nos 3, pois foi la que pela primeira vez fomos beber como filhos caçula e levados por ele mesmo. A primeira caipisakê, mais os primeiros chopes a gente nunca vai esquecer.
Portanto amigos, os que até aqui nesse ponto do texto chegaram, é porque gostam de mim e acompanham a minha jornada.
Sejam felizes em todas as oportunidades, não cometam a bobagem abrir mão de 90% da vida em prol só de juntar dinheiro pra um passeio que leve muito tempo para acontecer. A morte que é uma certeza imprevisível pode chegar sem aviso. Não economizem momentos de alegria. Não deixem de namorar todo tempo. Não deixem de ter uma vida sexual deliciosamente ativa e emocionante com seus pares. Pois o cansaço passa, mas se nós cedermos a ele, podemos ter roubado de nós os últimos bons momentos com quem nós amamos. Por isso estou sempre pronta para aquele que me dá a honra de viver comigo os bons e maus momentos da vida. E ele da mesma forma não economiza energia para estar comigo do nosso jeito. Não temos e Nunca tivemos essa coisa de dia e hora para nosso estar junto (vocês sabem de que junto estou me referindo)
Penso que quando nós passarmos, como acabou de passar Maria, a flor que deu vida ao alguém que eu e minha família amamos ou ainda como acabou passar a Marília, nosso ultimo pensamento deverá ser de competência: Vivi tudo e toda minha intensidade. Amei com toda minha força. Proporcionei e tive proporcionado os melhores orgarmos imagináveis e possíveis. Aí sim , suspiraremos e fecharemos os nossos olhos. Isso penso eu .
Pois Eu Mulher Poeta que Sou afirmo com todas as letras: A VIDA PODE SER BELA SIM!
Feliz semana!
CatiahoAlc.