O calor era incalculável para os passageiros naquele ônibus que trafegava da cidade para o subúrbio numa noite chuvosa de quinta-feira. Crianças, idosos, jovens homens e mulheres se apertavam enquanto o coletivo se arrastava no engarrafamento daquela via. Ela se espremia e por mais que se esquivasse, pelo menos um, dos muitos homens, a apertava de encontro a outros que em pé se equilibravam. Não era de propósito, mas não tinha como evitar que se tocassem. De frente com um negro jovem e forte ela evitava o contato, mas que nada. Quanto mais ela se mexia, mais excitado ele ficava e não deu para segurar. Ele se deixou ficar na posição que lhe cabia e no balanço dengoso, por hora gostoso, as partes se encaixaram. Ela sentia o forçar por entre as coxas e ele, comprimido pelas necessidades de espaço e de tesão se liberou em grandes espasmos dando asas a sua imaginação; achava que se casara e depois da festa adentrava o quarto na intenção da cama com a mulher que escolhera para lhe pertencer. Carinhos, palavras quentes ao pé do ouvido e finalmente o golpe final que a prostrara aos seus pés, totalmente nua, sem forças, definitivamente sua. Por outro lado ela o via despido de vergonha e de pecado e nos seus braços se deixou conduzir para o altar dos sacrifícios aonde sentiu-se ofertada, oferecida ao deus pagão que no auge de uma grande festa a possuiu de todas as formas na frente daquelas que aplaudiam o que fazia, sem esconderem a inveja que sentiam.
Chegado o final da linha cada qual acordou do seu sonho, ajeitou sua roupa e partiu sem mesmo um olhar nos olhos de cada um. (Foto da Internet).

Comentários
e le seu texto ha duas opções
ou evitar o onibus pois verá essa situação.
Ou... rsrs
entrar no mais cheio que passar e sonhar
e sonhar...
ai ai.
Bjons e adoro começar a semana com seus textos
provocantes!
Tenha uma ótima semana.
Beijocas
Graça
Beijocas
Graça