Outro dia conheci o sr. Celso Carioquinha no salão de beleza, enquanto eu deixava a profissional cuidar das minhas mãos, dei-me conta de um senhor sentado a meu lado; também cuidando das mãos e dos pés.
Era um senhorzinho bem vestido, bem cuidadinho. De cara eu senti ali haver uma história interessante.
Puxei a conversa perguntando se ele era morador de Pasargada. Pronto foi o suficiente para a conversa ganhar expressão.
Rápido fiquei sabendo ter ele ter 82 anos, ter sido atleta e jogador de futebol do exercito, no time do Caxias, dessa forma conheceu o Pasargada. O time do Rio Branco(ES) time opositor ao dele , ficou encantado com seu futebol, fez proposta mas o time pelo qual ele jogava não abriu mão. E assim o sr.Celso (sobrenome espanhol que eu esqueci) seguiu carreira militar e nela se dedicou ao futebol. Contou-me ele que ainda jovem fora transferido pelo exercito para o ES, onde viveu alguns anos a disposição do exercito até ser novamente transferido varias e varias vezes até o tempo de ser reformado. Assim disse ele.
Seguindo a narrativa disse ele que em Pasargada por carência de afeto materno desenvolveu gosto por mulheres bem mais velhas, ele na época tinha 20 anos, então as mulheres tinham em media de 35 a 40 anos. Chegando a ter por um bom tempo 3 mulheres ao mesmo tempo, elas se conheciam e dividiam os cuidados, o bem querer e o chamego com e por ele, sem ciumes até trocavam informações sobre o seu paradeiro quando por algum motivo desaparecia. Foi engraçada a narrativa dele citando os nomes das mulheres se comunicando por telefone:
-Mayra o Carioquinha esta por ai?
-Não Venilda, ele deve ter dormido la na casa da Quiara, procura la e me avisa.
Segundo ele foi um tempo muito bom o passado em Pasargada.
Tempos depois transferido para Brasília, viveu noutras muitas historias.
Eu ainda intrigada perguntei:
-Mas seu Celso o senhor se casou alguma vez?
-Ele sorriu e disse- Não. Nunca me casei bem como nunca gostei de mulher mais jovem que eu. A manicure que fazia minha unha se meteu na conversa e indagou:
-Mas o senhor me disse outro dia que era casado!
Eu entendendo a situação interferi:
-Ele nunca casou no papel e nem morou junto, Não é seu Celso?
Nesse momento apesar de termos acabado de nos conhecer, já éramos quase íntimos, assim por dizer...
Ele com calma retornou ao assunto:
-Moro com uma mulher a oito anos, ela cuida de mim.
Eu sem perder o fio da conversa perguntei sem meias palavras :
- Mas se o senhor tem 82 anos e sempre se relacionou com mulheres mais velhas que o senhor...
Ele imediatamente disse:
-Agora a coisa mudou de figura senhora, pois preciso de alguém pra cuidar de mim. Mas mesmo ela mais jovem que eu; entre nós não tem esse negócio de ciúmes. Eu frequento dança de salão, sou livre como sempre fui e só para vocês saberem: eu me arrumo pra ir dançar e mostro pra ela que muitas vezes me sugere uma outra camisa pra eu ficar melhor apessoado.
O serviço das mãos e pés dele ficaram prontos, ele pagou, deu uma gorjeta pra mocinha,
Se despediu de mim e delas também, ao parar na porta eu observei bem e acenei um ate logo.
Quando ele já estava perto da saída principal eu suspirei fundo e dei vazão a minha sensibilidade e confidencio a vocês que lêem aqui: Seu Celso Carioquinha tem aquele mal de Parkinson e percebi quando olhei para as mãos dele apos o aceno feito com a mão direita, desci a vista para a mão esquerda posta ao lado da perna esquerda em movimentos involuntários...
Descuidadamente deixei minha mente vagando...
Até o termino do serviço em minhas unhas, fiquei pensando em como a mente fica sã, as vontades e os desejos não dão trégua, enquanto o físico é obrigado ceder...
Voltei pra casa repensando minha vida na certeza de saber o valor do viver bem e de como é importante manter a qualidade de vida.
CatiahoAlc
fevereiro de 2015
Oi querida,
ResponderExcluirQue lindo relato!
Meu marido já é bem mais jovem que eu.kkkk
Agora sobrou para ele me cuidar. Quem mandou?.kkkk
Beijinhos, ainda estou de "molho"
Beijos
Lua Singular
Ahh Dorli,
Excluirnós sobreviventes sabemos
que não há mesmo limites!
Bjins e adoro você.
Bjins
CatiahoAlc.
Linda a história que você nos narra Catiaho,e percebe-se que ele é bem feliz
ResponderExcluirdessa forma que vive.
bjs amiga e um ótimo inicio de semana.
Carmen Lúcia.
Muito bom. Com certeza ele soube manter a qualidade de vida. Gosto de conversar com essas pessoas de mais idade, nos passam ensinamentos de vida. Parabéns pelo relato. ABRAÇÃOOOOOO
ResponderExcluirMuito bela a estória que contou,Catia,querida amiga.
ResponderExcluirQue bom que voltou!
Enviei email com meu endereço em resposta ao seu 2 vezes.Você recebeu,amiga?Responda por email,ok?
Já o remeti o primeiro há muitos dias atrás e o segundo dia 23,creio. Mas vc não respondeu.Deixei mensagem no face sobre isso também.
Obrigada pela visita,volte sempre!
Beijos e uma semana de alegrias
Donetzka
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Muito bela a estória que contou,Catia,querida amiga.
ResponderExcluirQue bom que voltou!
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Bom dia
ResponderExcluirEstava com saudade da vossa presença lá em casa e destes encontros aqui.
Avida é um presente que Deus nos oferece e que vamos abrindo todos os dias. Difícil será quando não tivermos já qualidade de vida com essas novas doenças, incapacitantes.
O seu encontro está espelhando uma realidade muito presente. Agora que o Sr. Carioca já não pode mais com moça nova ele assentou de vez com aquela mais madura mas que tem capacidade de o amar e sobretudo de o cuidar. Não critico nem julgo ninguém. O sr. Carioca ainda está bom da cabeça...
...Catia querida, são estas histórias que fazem a vida ter mais sabor,
ResponderExcluire você como sempre nos relata todas elas com uma delicadeza
sem par...adoro você!
Um beijo, linda!
Cuidar-se, sentir-se bem com sua imagem, passear, fazer o que gosta, não tem nada melhor
ResponderExcluirpara nos mantermos felizes. Esse senhor é que sabe viver. Bjusss