No verso e no reverso de um lindo gingar de corpo ela enfeitiçava as mulheres e a pecar obrigava os moços. Foi com cheiro de rosas deixado num rastro de pétalas coloridas que passou por ele e no seu desfile olhou-o por sobre o ombro no fundo. No fundo castanho dos olhos dele. Olhar que, como um corisco que rasga os céus em noite de chuva, riscou-lhe a alma num arrepio de amor e desejo. Mais um que na armadilha do seu corpo se prende por mais que se debata. Tornou-se, desde então, um felizardo prisioneiro. Apaixonado escravo no porão da criatura que faz da sua escrita uma esparrela e do sorriso um cativeiro. Eu mesmo, por mais que me esforce gritando, é para surdos que eu me faço ouvir. Eu quero a liberdade que escapou ao meu controle. Eu preciso voltar a sorrir, a cantar, mas se o impossível acontecer, para que viver sem o teu cheiro, sem poder admirar o teu corpo inteiro, sem a lágrima do riso e do pranto, sem ti, sem mim, mas com a morte a me espreitar?
Um comentário:
Silvio Afonso e seu enorme talento com as letras...simplesmente MARAVILHOSO!!! abraços, ania..
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