tRanCaDo

Entrou, fechou a porta,
passou a chave e girou duas vezes,
passou o trinco de segurança e não satisfeito encostou a cadeira.
Queria ter a certeza de que estava de fato trancado.
Era assim que desejava sentir-se naquele momento: trancado.
Só então seguro disso
tirou a roupa, apagou a
luz,
mas abriu a janela e entreabriu as
cortinas.
Queria que entrasse a
luz e o ar da noite.
Noite essa que amava sempre.
Amava
 amar seus amores por toda noite
e amava amar a noite, 
só amar olhando e sentindo.
No céu o manto azul esteve
estendido e as estrelas cintilando emitiam raios de brilho
intenso.
Deitou na cama e de frente esteve
estendido pra janela,
pela fresta da cortina que balançava
suavemente com a brisa
deixou-se ali apenas a
observar.
Tudo estava envolto em um
silêncio que mais parecia como o que antecede
ao chegar de um novo dia...
Onde as
ruas
vazias,
o ar leve,
e a cidade quieta
apenas se deixa
dormir.
Esse silêncio levou 
os ouvidos ao peito para
prestar atenção nas batidas do coração:tum tum somou a ele o tic-tac do relógio:
tic-tac, ti- tac.
Respirou
profundamente e continuou com o olhar fixo
no céu estrelado sem nuvem nenhuma.
Em um piscar
d"olhos
percebe que a lua vem chegando imponente,
quase indecente
de tão majestosa,
pura,
nua,
só sua.
Quase delirando viu-se sentado lá
em cima 
e como
e com ela
assim a olhar o
mundo,
dos mares o fundo.
Nesse tempo desde que no
quarto entrou e encantado sozinho ali ficou,
de nada falta sentiu.
Nem mesmo de quem um dia lhe
mentiu e traiu,
prometeu e não cumpriu.
Disse que ficava,
 mas fora embora
e seu caminho
sem olhar pra trás
seguiu.
Nem daqueles 
que ele deixou
apenas os ignorou e
falta não sentiu:
nem de nada
nem de ninguém!
No peito que
ontem de amor ardeu
agora nesse momento
nem mágoa
restou.
Apenas só não arde mais.
Saudade de quem
não mais
vem,
desse momento
de forma alguma parte
fez ou faz...
E assim sem 
de nada, nem ninguém
falta sentir...
percebeu que
agora era a lua que
partira e que a ela as
estrelas seguiram.
O tapete azul do céu que agora
enrolado fora
tem o lugar pelo do dia
tomado.
O dia chegou.
Então...
levantou ainda
com certeza de que nada
sentiu,
e só
consentiu-se
permitiu-se.
Respirou fundo,
nu como estava sua rotina seguiu:
tomou seu banho sem pressa
vestiu-se,
destrancou
tudo e sem olhar pra trás
partiu.
Partiu
pro mundo da realidade
onde
nada do que sentiu faz parte ou sentido.
Mas de si trancado
guarda de tudo a imagem
E nem se dá ao
trabalho de explicar 
se tudo existiu
se fora sonho, fantasia,
delírio,
alucinação ou miragem.
CatiahoAlc/ReflexodAlma
 2211071215

Canção
Como combinei nesse mês de novembro vou 
publicar canções do meu artista favorito, 
essa foi uma canção divisora de águas na carreira dele.
Moska em Móbile no Furacão.

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IMAGENS DE UM LUGAR QUE AMO REVISITAR NO RJ

E ONDE  VOU E VOLTO SEMPRE EM ÓTIMA COMPANHIA

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