confere o número que desconhecido não inquieta,
logo em seguida entra uma mensagem que lê e não acredita em tamanha ousadia.
Balbucia um palavrão enquanto relê o escrito ali,
nesse misto de susto, surpresa, sonho e fantasia de imediato a cabeça ferve, aliás ambas; ri de canto de boca como em momentos raros. Desliga o telefone, entende
que terá que aproveitar, pois por um dia inteiro não darão por sua falta, não terão tempo de procurá-lo, nem sequer cogitarão se existe, todos estão envolvidos em algo maior programado pra esse dia com certa antecedência,
já se preparara para nada fazer até que o solicitem
somente à noite. Depois do inusitado a verdade é que não tem tempo a perder.
Sangue fervendo e mente fervilhando terá que manter a concentração para dirigir até onde deve e quer estar; calcula o tempo. Religa o telefone e relê o escrito, desliga e rápido
reúne o que precisa e se projetando pra dentro do carro arrancando com segurança, porém com a pressa dos que tem pouco tempo a perder.
Agora vez ou outra ri de canto de boca e percebe isso
pelo espelho; deixa que arrepios corram de alto a baixo parando entre as pernas, outras vezes conversa com
ele na tentativa de cessar a teimosia que o mantém de prontidão.
Dirigindo com pressa, lembra do poema e recita quase sem perceber: "Agora sim, Café com pão, Voa, fumaça, Corre, cerca Aí seu foguista, Bota fogo na fornalha, Que eu preciso muita força, muita força,
O que o leva a passar a mão entre as pernas mais uma vez e a olhar para o relógio em seguida; logo está no meio do nada, mas onde sem dúvida acontece uma grande conspiração a favor dos que ousam sonhar.
Engraçado, já fez esse caminho tantas vezes e não notara aquele lugar em especial... É inusitadamente novo.
Para o carro, liga o telefone e mais uma vez lê e relê o que ali está escrito... desliga novamente e segue em direção ao lugar indicado, na recepção já o aguardam com as chaves.
Lugar simples, encantadoramente decorado combinando o moderno com o rústico. Na verdade só nota porque tem que passar pelos espaços, tropeça num tapete, mas com a destreza dos atentos se mantém de pé, como seu todo se mantém. A porta que corresponde ao número tem um 'não perturbe' preso... mas apenas encostada se encontra.
Entra e lá dentro tudo é luz, janelas e cortinas abertas, natureza desavergonhadamente exuberante contraste entre o verde e o colorido da primavera... na cama totalmente inerte se encontra o alvo de seu pecado, o objeto de seus devaneios e sua noites de inquietação constante já há algum tempo... Chega mais perto da cama constatando que nada há sobre o corpo que não a pele que do sol mantém a cor... Como que hipnotizado não pela figura, mas pelo momento; perde a ação e a atitude, como menino diante de seu bolo de aniversário sem perceber vê-se puxado para o meio da cama, tem sua roupa tirada com cuidado enquanto cada parte descoberta é beijada e acariciada como tesouro precioso, a mão para no centro desse ser que não se entrega, mas que também pra si a ação retém...
Mas que permite ser explorado e depois levado ao banho não para acalmar os ânimos e sim para prosseguir a cada passo juntos, como se assim nascidos tivessem sido...
E da calma fez-se pressa, do sentimento excitação, do banho fez-se aproximação. Ali não havia céu ou inferno, bem ou mal. Apenas dois seres que se desejavam ter, ora ela o tinha, ora ela se fazia ter, davam-se e recebiam-se, saboreando-se como animais no cio, como que se única chance fosse essa que iriam ter. Coisa de gente que não precisa avaliação fazer, ele dentro dela que gemia, ela dentro dele o fazia de prazer tremer e estremecer, riso e choro em êxtase por todo tempo se fazia...
O que falavam somente a eles pertencia, nem o poeta talvez soubesse descrever...
Assim a manhã fez-se tarde, logo à tarde trás fim do dia... cama desfeita, janelas e cortinas já não mais abertas se faziam...
Da forma que tudo começou agora já fim se fazia, já fizera vestido, ainda em riste, mas pronto pra vida seguir, do jeito que se deixou ser por ele encontrada ali em despedida sem choro ficou.
Ele sai de costas até a porta para não perder a última visão d’ela sobre a cama, só a pele por vestimenta, pernas entreabertas em adeus quase agonia...
Ela fecha os olhos antes de vê-lo partir,
Ele fecha a porta e segue de volta tropeçando no mesmo lugar da entrada, sem graça entrega a chaves e sem pressa entra no carro, mais querendo ficar do que ir...
Na mente a canção com outra divergia: "Já está na hora de ir... com a outra: Amanhã de manhã... vou pedir um café pra nos dois...
Liga o telefone por instinto e ha uma mensagem que lê: outra frase de canção:” no seu corpo o meu momento é mais perfeito” apaga e agora já é quase fixo o riso de canto de boca que o faz respirar fundo e ir de vez... Nada mudara... ainda.
A viagem será rápida dessa vez e com a certeza de que ainda volta inteiro aos que o tem de fato, volta o homem de sempre, porém só um pouquinho mais feliz e com aquele riso de canto de boca ainda mais acentuado... Se sonho ou fantasia, se segredo ou devaneio, já não importa, o vento refresca a face e em fim assim logo de volta onde ainda não procurado tinham, liga o telefone, apaga tudo que deve somente na mente ser lembrado, deixa ligado e se deixa só guardar para si esse dia saboreando seu destilado em brinde que só ele e ela saberiam...
CatiahoAlc./Reflexo d'Alma entre delírios e delírios
5 comentários:
Che bel racconto e che bella canzone.
Un saluta dall'Italia
😉
Um belo texto que me deliciou ler..
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Cumprimentos poéticos.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Um sonho … molhado?
Bjs
Oi Catihao
Adorei sua loucura de amor, que façamos antes de morrer.
Adorei
Beijos
Lua Singular
Bela postagem! Um abraço
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