Com Texto em LATA VELHA com silvioafonso - Com Canção - Com Versos
Não era zero, mas era bonito como se zero ele fosse.
Todos paravam para vê-lo
passar,
talvez por haver poucos
naquele lugar
e fabricado em 1964, pelo
que eu soubesse,
só o meu tinha sido. Com ele eu fiz tudo que um jovem,
na minha idade, era capaz
de fazer.
Depois eu comprei outros e outros, mas trocar o Mustang,
nisso eu nunca
pensei. A intenção era guardá-lo para
mostrar aos meus filhos,
tão logo os tivesse,
que tudo o que um menino
pobre como eu era,
queria, ele conseguia,
desde que trabalhasse para isso.
Vinte e cinco anos mais tarde meu filho, já homem,
me chama num canto para
dizer que o carro que
eu insistia em mantê-lo
guardado enferrujava
esquecido onde estava e
até sugeriu que o vendesse
antes que dele nada
sobrasse. Fiquei triste com aquilo,
mas como a missão já fora
cumprida deixei que ele
o vendesse. Talvez não
houvesse quem se interessasse,
por isso sugeri o
ferro-velho, ali perto
— Pai, disse-me ele, no ferro-velho só nos
dão mil reais pelo
carro.
— Tente a Caixa, meu filho.
O penhor é sempre
uma boa ideia nesses casos.
Quem sabe não vale à pena
ir até lá? — eu disse.
— Pai, eu fui à Caixa como o senhor me mandou,
mas lá eles só dão quatrocentos
reais e pelo
que vejo ninguém cobrirá a
oferta do ferro-velho.
— Tente em outro lugar, meu filho,
quem sabe um colecionador
não se interesse.
Pode ser que com eles
tenhamos mais sorte.
Meu filho ouviu o que eu disse e depois
de fazer algumas perguntas
saiu e voltou
me dizendo que ali mesmo,
no bairro,
tinha um sujeito que
trabalhava com esse tipo
de coisa com quem combinou
de se encontrar.
Quando meu filho estacionou o Mustangão em frente
a casa do colecionador o
homem veio correndo e antes de enfiar a cabeça para dentro da janela do carro
já foi perguntando:
— Quanto você quer nesse carro?, fala que eu pago,
é só dizer que eu pago!
— Diga o senhor, quanto o senhor me dá por ele?
Dependendo a gente fecha
agora.
— Eu dou 30 mil reais do jeito que está, isso porque a reforma eu
faço questão de fazer. Com ele a coleção
está completa. — disse batendo no ombro do motorista.
— Por menos de 50 mil eu não vendo, mas se for em dinheiro até 45
a gente fecha negócio.
Quando chegou o meu filho estava muito feliz.
Aproveitei o momento e falei:
— Filho, esse é o melhor exemplo que eu teria
para lhe dar.
Tem gente que pensa que
não valemos a atenção que nos dão enquanto outros, erradamente, têm certeza de
que nada valemos. Isso não é motivo para
desistir dos sonhos, porque, não hoje, mas com certeza, lá na frente haverá um
colecionador que nos dará o verdadeiro valor.
(silvioafonso)
Com Canção
De Carlos Imperial com Eduardo Araújo
De Carlos Imperial com Eduardo Araújo
O Bom
Com Versos
Eu Sonho Sim
Ah eu sonho sim
Sonho em todas as cores e
com todos os tons
Ah sim eu sonho
Todas as canções
com todas as notas
Sonho o que posso
e muito mais sonho com
tudo proibido
Sonho sim e não me envergonho no dia
que qualquer um deles se tornar realidade
em forma de poesia
CatiahoAlc./Reflexod'Alma
entre sonhos e delírios
15032022TI
Também tive carro quando tinha 18 anos. Era um luxo muito grande ter carro naquela altura, anos 75/80.
ResponderExcluirAinda hoje recordo aquela "bomba". Toda a gente olhava quando eu passava conduzindo.
.
Cumprimentos cordiais
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Meus parabéns aos dois.!
ResponderExcluirHa historias que são didácticas.
Lindo poema dos soños e sua imagem co nenúfar (?) está muito bonita.
Abraço
Eu adorei esta história.
ResponderExcluirUma mensagem muito motivadora, parabéns.
Beijinhos
Belo post! Parabéns!
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está de volta com muitos posts e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Oi, Cátia, muito boa postagem, gostei da história do Mustang, é isso mesmo, e também do teu belo poema!
ResponderExcluirUma boa continuação de semana,
beijinho.
Esqueci de te dizer, conheço o blog que me deixaste, tem comentário meu lá!
ResponderExcluirMuito bom! Voltarei lá, sim.
Bejim
O meu primeiro carro foi um Fiat 600.
ResponderExcluirVelhinho, desgraçado gastava mais água que gasolina :))
O que está velho pode ter o seu valor.
ResponderExcluirUm magnífico texto do Sílvio, gostei de ler.
E o seu poema é excelente, como sempre.
Continuação de boa semana, amiga Cátia.
Um beijo.