de chamar de"bunda de fora".
Isso por ele só ter uma porta e quando entravam
umas quatro ou cinco pessoas a bunda ficava do lado de fora. A t
umas quatro ou cinco pessoas a bunda ficava do lado de fora. A t
urma se juntava envolta das mesas, espalhadas pela calçada aonde
rolava todo tipo de bebida, desde que se pagasse por ela. Tião jura que
no máximo tomava uma garrafa, mas na hora de dividir a conta,
como fazia questão, era como se tomasse uma caixa.
O barzinho não tinha nada de luxuoso e nem a clientela o era.
Casais chegavam ou eram formados com o papo livre entre eles,
os mais antigos frequentadores e os que acabavam de chegar.
Antes do primeiro gole as mulheres bancavam as gostosas, mas,
se ninguém lhes dava atenção, logo mudavam de opinião.
Jogavam o cabelo para trás e sorriam ao primeiro psiu que ouvissem.
Normalmente vinham acompanhadas por uma amiga,
mas na hora do bar fechar as portas, cada uma se arranja a sua maneira.
O que elas fazem e com quem fazem Tião não sabia dizer, mas ele, por
mais que tentasse, jamais encontrou um chinelo velho que lhe coubesse no pé.
Por isso ia ao bar sempre sozinho, mas nesse carnaval finalmente a coisa mudou.
Mesmo que fosse pessoa de cor, Tião resolveu vestir-se como Branca de Neve.
Enfrentou chacota de amigos e piadas de quem nem conhecia, ma
s nada que falassem o tirava do sério. A fantasia que escolheu para vestir
era de tal maneira engraçada que a mulherada, que antes nem olhava para ele,
passou a pedir que fizesse selfie com elas, principalmente uma loira grandona, bon
ita e gostosa, tipo, 50 anos, que passou a noite conversando com ele e até lhe pediu
que a levasse para casa momentos depois. Já era tarde quando chegaram a
casa e mais tarde ainda quando, no dia seguinte, ele voltou ao barraco onde morava.
Na terça-feira gorda, como dizem os cariocas, Tião dormiu de conchinha com ela,
mas não até tarde como vinha dormindo. A loira, com a desculpa de precisar sair para resolver umas coisas e que ele voltasse à noitinha. Às 20h Tião chegou chamando
por ela e mesmo insistindo ela não atendeu. Não fosse a vizinha dizer
que a Loira entregou a casa que alugara para o carnaval e foi embora sem
dizer para onde e Tião teria passado à noite chamando por ela.
6 comentários:
Poema deslumbrante que muito me agradou ler. Deixo o meu elogio
.
Saudações cordiais e poéticas
.
Poema: “” Amor que falece na saudade ””…
.
Na próxima segunda-feira vou dar cabo da Branca de Neve e da Sininho e da Cinderela... :)))
Abreijos
Um texto curioso e mundano, no sentido de ser moderno
:-)
Oi, Cathiao, como vai você e família? Já tinha saudade suas. Por aqui, houve pausa para relaxar e cuidar de minhas mãos.
Vi poucos comentários seus na blogosfera, mas eu sei que tem um montão de coisas para fazer, daí sua ausência.
Li, divertidamente, o texto de Sílvio Afonso, que muito me agradou.
Bom outono e beijos para ambos.
Querida amiga Catiaho,
Esse texto do meu querido amigo Silvio retrata exatamente uma paixão de carnaval que durou apenas uma noite e nada mais. No carnaval geralmente as pessoas só querem curtir sem compromisso.
Adorei o texto do Silvio, o melhor contador de histórias dessa blogosfera.
Um beijo e ótima sexta-feira!
Me gusto mucho el relato te ha ce pensar. Te mando un beso.
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